O homem antigo com a intenção de marcar suas posses criou mecanismos rudimentares para essa prática.
Desde a antiguidade á alimária já era ferrada para que supostos donos não tomassem posse do que não lhe pertenciam por direito, o que lhes era alheio.
Virgilio Maia, no seu livro RUDES BRASÕES, relata com fidelidade a origem dessa heráldica, os motivos pelas quais era manufaturados essa insígnias pelas ribeiras nordestinas.
O falecido sertanista Oswaldo Lamartine de Farias (1919 – 1998), fez um estudo sobre a heráldica maraganha, mostrando o valor que os ferros de marcar tinham nas ribeiras seridoenses e adjacências.
Hoje, o homem criou novos mecanismos para marcar seus animais, com menos danos ao couro, já que a indústria de beneficiamento de couro quer matéria prima de boa qualidade, os couros ferrados a ferro e fogo perdem grande valor comercial no aproveitamento para suas manufaturas.
Nesse dias, as marcações serão a laser e o nosso velho ferro de marcar com certeza será apenas uma lembrança pendurada nos tornos dos velhos alpendres de casas sertanejas.
O cheiro de carne queimada, o coice, o berro, a marca em baixo-relevo feito ferida aberta, dará lugar para marcações sofisticadas.
Mas, eu daqui, faço um apelo: guarde seu velho ferro de marcar como uma lembrança, como herança da simbologia sertaneja e nas tardes pastoris, coloque-os no fogo e ferre com gosto a porta da velha casa principal da fazenda e deixe assim imprimida na madeira o que é ainda o guardião da identidade donatária das velhas fazendas: O VELHO FERRO DE MARCAR deixando assim sua heráldica imprimida para posterioridade.
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NETO BRAGA, é licenciado em História pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. UERN
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