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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ai que saudades DA ÉPOCA da maconha!

Lembro-me de quando ainda criança havia uma discriminação muito violento contra os jovens que moravam no chamado “Carrasco”, hoje, Alto da Esperança – nome bem sugestivo pra o que quero descrever. Não pesquisei o porquê desse nome “Carrasco” praquela época. Sei que, naquela época, uma boa parte da juventude daquele bairro, onde se concentravam as famílias mais carentes da cidade, era discriminada, e existia também uma espécie de preconceito social com seus moradores.

Eu ainda muito jovem, jogava bola em todos os bairros da cidade, tinha também meus amigos por aquelas bandas. Mas o que sempre me deixava intrigado era o fato de que muitos jovens de lá serem chamados de “maconheiros”. Claro que eu sabia que esse termo pejorativo, e preconceituoso, vinha da palavra MACONHA. A maconha era o mal mais temido pelas “boas famílias” angicanas. Essa droga maculava a imagem de qualquer cidadão de bem. Caso em uma família tivesse algum viciado em maconha, até a reputação daquela família era atingida. Nesse contexto cultural eu pensava - Deus me livre de ser, ou de ter um maconheiro na minha família!

Havia um sigilo total. Blindavam o viciado. Pois não era apenas a vida dele em risco, mas da família e até da sociedade. Quando a polícia dava um flagrante em um jovem fumando a maconha ele era logo preso e sua “má fama” se espalhava pela cidade. Ele era ligeiramente marginalizado pela própria sociedade. E assim, ninguém podia falar de maconha nas esquinas ou praças da cidade de Angicos. Pois estava sujeito a ser confundido com um maconheiro e morador do “Carrasco”. Essa fama, ou catinga, ficou impregnada naquele bairro por um longo tempo.

Hoje, infelizmente, a maconha se tornou comum, e até terapêutica. E ai, de repente, surgiram outros tipos de drogas no cenário humano. Cocaína, heroína, haxixe, LSD, ecstasy e agora o crak. As drogas já não fazem parte apenas de um cenário reservado, e faixa etária ou classe social, elas estão em todos os bairros, esquinas e famílias de nossa cidade. As drogas é um dos assuntos favoritos nas praças, bares, pizzarias, restaurantes, logradouros públicos, salas de aula, e dentro de nossos lares. A polícia não intimida mais os “consumidores” e os “comerciantes” de drogas. Muitas famílias já admitem a normalidade de drogados dentro de casa. As instituições educacionais já aceitam os “comerciantes” ficarem na frente dos portões de suas escolas. Pra onde eu olho hoje, é normal o USO e o PAPO SOBRE DROGAS. Políticos usam, jogadores usam, policiais usam, empresários usam, cantores usam, artistas usam, cidadãos comuns usam, rico, pobre, nego, branco, gordo, magro todos usam, e até crianças usam.

Meus questionamentos são: Isso é bom ou ruim? Quem mais se beneficia com essa “normalidade”? Como restringir essa facilitação de acesso as drogas? Como vem sendo discutido e aplicado esse tema aos alunos dentro das escolas? Como a polícia tem se preparado pra enfrentar esse novo cenário das drogas? Como os pais de cada jovem tem orientado seus filhos em casa? Realmente é necessário termos um papo sério e pedagógico sobre drogas com nossos filhos. Perdoe-me, e não me entenda mal, mas às vezes me dá saudades dos velhos tempos da ÉPOCA da maconha, quando as pessoas se preocupavam mais com a vida longe das drogas!

João Maria Martins Bezerra

Pastor/Pedagogo

Um comentário:

  1. João Maria...fico muito feliz, que em nossas cidade tenha gente tão capacitada e critica como a sua pessoa, eu concordo contigo em seu artigo quando vc diz: que saudade do tempo em que as drogas não eram normais, que saudade do tempo em que as familias podiam se fazer presente com os filhos...parabéns por enxergar tão bem a nossa realidade e melhor do que isso, nos fazer refletir sobre ela.

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