“E, ouvindo Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se a ira de Eliabe contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção e a maldade do teu coração, que desceste para ver a peleja.” I Sm. 17.28
- Bem conheço a tua presunção e a maldade do teu coração. Essas palavras um tanto desprezível saíram da boca de Eliabe irmão mais velho do jovem Davi. Na verdade trocando em miúdos o que Eliabe queria proferir e, acredite, desabafar era o seguinte – Eu conheço você, sei que você é um garoto amostrado, orgulhoso, prepotente, sem boas intenções e mal educado! Você só presta sozinho com suas ovelhas. Saia daqui! Meu sonho era não ver você por aqui! Vá embora! Cisca!
No mundo antigo, a educação acontecia por imitação. Os filhos imitavam os pais. E os pais procuravam serem bons exemplos para os filhos – Ai que saudades! Com o passar do tempo houve um processo natural na educação familiar, tal responsabilidade passou a ser também do primogênito, ou seja, do filho mais velho, mais experiente. O qual tomava para si este incumbência pedagógica.
Eliabe como professor era uma espécie de profissional frustrado com sua função. Ele vivia insatisfeito com o que fazia; era impaciente com Davi; ficava agitado quando chegava próxima do horário das aulas; Repreendia aos gritos seus alunos (irmãos) e principalmente Davi; Não o deixava falar, queria terminar logo a aula. Até a voz de Davi o irritava! Enquanto os outros tentavam aprender, mas sem sucesso, o aluno Davi não ajudava em nada seu professor, era indisciplinado, adorava conversar nas aulas, tinha déficit de atenção, briguento e às vezes debochava do professor (-hoje eu matei um leãããoooo! Ôôôô e Eliabe nunca matôôôô...). Todos os dias após as aulas, com Davi e seus irmãos, Eliabe chegava à casa muito estressado.
Davi não era muito chegado às aulas do professor, sua metodologia já estava ultrapassada. Até que a grade curricular era bem organizada. Tinha várias disciplinas, da Torá, da Páscoa, das Promessas, de Instrumentos de Guerra, das Festas Anuais, e a que Davi mais gostava, a disciplina sobre DEUS. Davi tinha um professor especial: a criação de Deus. Aprendia contemplando a natureza, observando o voar dos pássaros e seus cânticos, as ovelhas se alimentando nos pastos verdejantes, o vento sobrando às folhas das árvores e a seu som elas dançavam. As nuvens no céu soltavam a imaginação de Davi. Nada nas correntezas do rio Jordão. Davi também não gostava da sala de aula, a qual era um enorme contraste com a afável natureza.
Contudo, a diversão favorita de Davi era escrever lindas poesias sobre a vida e compor admiráveis músicas. Infelizmente o professor Eliabe já tinha rotulado o seu aluno Davi como “O Pestinha” da escola. De repente Eliabe foi convocado pra guerra, deu graças a Deus, porque iria ter férias de Davi. Recolheu-se a simples cabana e gritou: uuuuuhhuuuu! Viiiiiivaaaaaaa! Finalmente alguns dias livres deste pestinha! Foi uma explosão de alegria. O professor Eliabe preferia enfrentar o Gigante Golias que um pequeno e rebelde aluno.
Resumindo nossa história: Aquele aluno “problemático” que o professor Eliabe não dava nada por ele, e era indiferente as suas necessidade de aprendizagem, se tornou o maior rei da história do povo de Deus. Juntou riquezas como ninguém! Foi um dos maiores poetas, e sábio na história da humanidade! Enquanto, pra o seu professor, Davi era visto como apenas mais um jovem sem um futuro brilhante, pra Deus ele era um jovem com um futuro grandioso. Davi passou a ser conhecido como “UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS”. Amados professores e professoras “Eliabes”, (os Eliabes certos!) reavaliem seus conceitos, metodologias e práticas pedagógicas concernentes aos alunos (as) “rebeldes, indisciplinados ou problemáticos” na sala de aula, porque vocês poderão está educando o futuro presidente ou presidenta do nosso país!
João Maria Martins Bezerra
Pastor/Pedagogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Reflita, analise e comente