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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PORTÕES FECHADOS: QUANDO A ESCOLA EXCLUI!

As instituições educacionais (escolas em particular) precisam ter a humildade de rever determinados “dogmas” culturais impregnados na alma dessas instituições no Brasil e em Angicos. Sei que o perfil metodológico e pedagógico de muitas escolas vem sendo trabalhado e transformado ao longo do tempo. Algumas mudanças significativas têm ocorrido como a obrigatoriedade da qualificação dos profissionais da educação, implantação de projetos pedagógicos anuais, mudanças curriculares, democratização dos gestores nas escolas e outras. Porém, em outras áreas a educação em Angicos não mudou em nada. Como exemplo, temos a avaliação como instrumento de reprovação, compensação de mérito ao aluno nota 10, a padronização do fardamento escolar, a expulsão do aluno “problemático” da sala de aula e repetidas vezes do próprio espaço escolar, e pra mim, o absurdo dos absurdos a tolerância de 15 minutos pra que o aluno chegue até aos portões da escola, caso não, ele voltará pra casa!

Quando observo esses lamentáveis fatos, fico refletindo sobre a teoria vygotskyana. Ela ensina que a cultura é responsável pela moldação do psicológico no aluno. Para esse grande teórico da educação a cultura determina diretamente a maneira de pensar do educando. Como embasamento teórico ele mostrou que pessoas de diferentes culturas tinham perfis psicológicos diferentes. Assim compreendo que a cultura social e educacional é fundamental pra o desenvolvimento psicosocioeducacional (êta palavra difícil!) do aluno, bem como seu relacionamento com o outro ser. Conforme sua socialização com os costumes de pensamentos e linguagens no espaço escolar o aluno se integrara ao seu habitat natural na vida como cidadão, pois tais conceitos vão sendo construídos e internalizados ao seu cotidiano.

O que passa na psique de uma criança que os pais a manda pra escola e a escola manda-a pra os pais? Muitas vezes o resultado dessa insana atitude é no futuro a criança não querer ir à escola. Quando eu falo de rever estou querendo provocar uma reflexão contínua sobre essa cultura do “portão fechado”. Quais os resultados positivos pra escola o pra criança que essa norma tem trazido? Os índices de aproveitamento na aprendizagem melhoraram? Já que todas as ações na escola (do porteiro ao diretor) têm que ter traços didáticos de educação-cidadã, essa norma é educativa é cidadã ou punitiva? Quem se beneficia com os “portões fechados” das escolas? Quem deve ser punido ou advertido por uma criança chegar “atrasada” na escola? Uma coisa eu afirmo sem a menor dúvida de estar sendo irresponsável, que a única pessoa que não pode ser punida nessa situação é a criança.

Existe uma legislação Federal pra que as instituições de atendimento educacional possam recorrer ao detectar a negligência dos pais em não encaminhar os filhos nos horários estabelecidos pela escola, esse documento constitucional é denominado de Estatuto da Criança e do AdolescenteECA. Leiam por favor, o Artigo 56 do ECA. “Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência.” – ECA. Infelizmente as escolas procuram idealizar o aluno perfeito, mas elas têm que aprender a se relacionar produtivamente, e bem, com o aluno da nossa realidade, cheios de problemas sociais, familiares, financeiros e psicológicos. E que na maioria esmagadora das vezes tal realidade reflete negativamente na autoestima e, sobretudo, no processo de ensino-aprendizagem destas crianças. A escola precisa consolidar as suas parcerias com a família, o Conselho Tutelar e o Ministério Público. Escola não é para PUNIR, mas para EDUCAR.

João Maria Martins Bezerra

Pastor/Pedagogo

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