SUPERMERCADO J. EDILSON: O MELHOR PREÇO DA REGIÃO - Ligue: 3531 2502 - 9967 5060 - 9196 3723

SUPERMERCADO J. EDILSON: O MELHOR PREÇO DA REGIÃO - Ligue: 3531 2502 - 9967 5060 - 9196 3723

domingo, 25 de setembro de 2011

CRÔNICA DE UM SÁBADO QUALQUER

É impressionante o quanto uma série de pequenos acontecimentos deixa impressão profunda em determinado momento do nosso dia.
Coisa parecida aconteceu comigo num desses sábados em que  aproveito para fazer algumas compras necessárias, e as vezes, como sou interiorano, até viajo a capital do meu estado.
Foi um dia comum como outro qualquer, e depois das minhas pequenas compras, fiz um sóbrio lanche e busquei o ônibus que me traria de volta a minha pequena, mas estimada cidade.
Ai começa o meu registro propriamente dito.
Espero o veículo, que atrasa  e me deixa um pouco impaciente devido ao sol forte que faz a uma hora da tarde.
Logo, quando ônibus chega, penso: ha..., agora vou me refestelar numa das poltronas e descansar, ler um pouco o jornal que comprei e aproveitar a viagem.
Ledo engano.
Logo ao entrar, sou informado pelo motorista que apesar de ter comprado passagem antes, não tem poltrona disponível, nem pra mim nem para cerca de vinte pessoas que também estão entrando no ônibus naquele instante.
Mas eu sou imediatamente consolado por ele: “não se preocupe, muita gente vai descer nas próximas cidades, você vai ficar no máximo, uma hora viajando em pé”.
Que bom... “apenas” uma hora de incômodo, pensei.
Adentro e já encontro muita gente em pé.
Me encosto, depois de muita luta, no suporte de uma poltrona e tento me concentrar na paisagem.
Tarefa quase impossível.
Logo começam a chegar os vendedores e “vendedores”.
Os vendedores “de verdade”, chegam com suas espigas de milho fumegantes, frutas (pra lá de suspeitas), e bebidas diversas, em caixas térmicas, espremendo-se entre passageiros, aumentando o caos local.
Já os vendedores “de mentira” chegam com a cara pintada e conversa bonita, além dos que chegam com roupas elegantes e as “famigeradas mensagens reflexivas”.
Ai eu perco um pouco da já quase inexistente paciência que consegui economizar.
Uma mulher com flores pintadas no rosto oferece a mim e a todos os passageiros um punhado de cartões postais.
Pra que danado eu quero isso, se eu estou voltando pra minha cidade?
E o vendedor do milho caprichosamente passa dando pequenas pancadas, nos passageiros que se amontoam no corredor estreito do ônibus.
Eu olho em volta e faço uma breve constatação que tem mais gente em pé, do que sentado. O veículo já extrapolou em muito, a sua capacidade.
Mas ninguém liga pra isso.
A mulher dos cartões volta, agora ela quer dinheiro no lugar destes.
Eu como fui um dos poucos que recusei receber, fico tranquilo porque não tenho que dizer “não”.
Nem bem ela sai, vem um senhor bem vestido, com uma daquelas mensagens reflexivas, em papel pintado.
Agora eles já evoluíram, já é pintura industrial, não são mais aquelas cartas escritas em máquina datilógrafa, que antes, revestida de plástico, passavam de mão em mão.
O objetivo, no entanto, é o mesmo.
Dinheiro.
Eu perco os grãos ínfimos de paciência que ainda restavam.
“Amigo, não me dê, porque não quero segurar, me desculpe”.
Ele vira, sorri um sorriso dissimulado e diz: “mas lê jornal o senhor lê, né?”
Ele tinha reparado no jornal que ainda segurava na mão e tentava ler uma notícia do esporte.
Ai não tem mais quem aguente, é muita coisa pra uma viagem só.
Vou salvaguardar os leitores do que vem a seguir.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Reflita, analise e comente