EVASÃO ESCOLAR: QUEM COMEU DO FRUTO?

Dados do Inep (Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisa/2007-08) mostram que de cada 100 crianças que ingressam nas séries iniciais, apenas 5 concluem o 9ª ano. De cada 100 que terminam o ensino médio, apenas 7 chegam às cadeiras de uma universidade.

Esses dados são alarmantes considerados com países desenvolvidos onde esses índices caem aproximadamente a 0% de evasão escolar para cada etapa no processo de formação educacional dos estudantes. Não existe uma pesquisa séria e depurada sobre esse problema dentro do município de Angicos.

Mas algo é inegável – Angicos, tem um índice muito elevado de evasão escolar. O Município de Angicos não foge desta realidade Nacional. Embora com políticas públicas voltadas para permanência do aluno na sala de aula, como o PBF – Programa Bolsa Família, em que a família recebe um incentivo financeiro para manter seus filhos na escola, e o próprio o PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar, em que seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos (carentes), não tem sido suficientes para o êxito no combate e prevenção à evasão escolar.

De quem é a culpa desse quadro na educação em nosso município? São tantos apontados como os culpados por esse problema, que não me surpreenderia se de repente surgisse alguns dedos indicadores mostrando a serpente como a única responsável por esse problema. Falo já sobre essa questão! Continuemos com o texto – Os segmentos, as instituições, os órgãos e as autoridades envolvidas na construção da defesa e garantia dos direitos da criança e adolescente, bem como, no desenvolvimento do processo educacional, trocam tantas farpas e acusações - quero salientar, todos com suas justificativas razoáveis - que fica impossível encontrar o “culpado” nesta gênesis do principal entrave do ensino-aprendizagem aqui no município de Angicos. Mas consigo ver as “vítimas” dessas drásticas trocas de acusações e ao mesmo tempo, da omissão na maioria envolvida dentro desta trama e drama escolar - as crianças.

Quando Eva comeu a fruta proibida por Deus, provocou um problema seriíssimo de relacionamento no paraíso com o seu Criador. Ela deu do fruto ao seu marido, ele comeu também. Agora alguém tinha que se responsabilizar pelo problema. Deus perguntou ao homem - você comeu do fruto que eu disse que não comesse? Ele respondeu que foi a mulher, ela comeu e lhe deu. Deus faz à mesma pergunta a mulher. Ela joga de imediato a culpa para a serpente (Satanás) que a enganou.

Deus vai até a serpente. A serpente, talvez olhando para todos os lados, não encontrou ninguém para culpar. Que azar! Teve que assumir a culpa e as conseqüências pelo problema. Você sabe quando foi que Deus soube do problema? Quando ele fez a chamada no “diário de classe” que Adão não respondeu. Adão faltou à aula daquele dia. Porém, Deus procurou logo saber o motivo da evasão escolar do seu aluno. Parece-nos engraçado o que vou disser, mas é a pura verdade, a evasão escolar tentou entrar no paraíso. Deus não deixou! Deus, no papel de um excelente professor, procurou resolver o problema logo no mesmo dia.

Amados leitores, Deus nos dá um exemplo de como tentar resolver o problema da evasão e infrequência escolar. Primeiro – precisamos assumir que somos “O CULPADO”! Segundo - não preciso esperar que o aluno falte mais de uma vez à sala de aula.

É acionar todos os mecanismos da rede de defesa e garantia dos direitos da criança e do adolescente de imediato. Professor comunica a direção, direção alerta o conselho de escolar, o conselho a família, não resolveu, comunica-se ao Conselho Tutelar, que por sua vez, busca no município as políticas públicas (programas) para garantir a permanecia da criança e adolescente na escola, não encontrando, provoca-se o Ministério Público que dará os encaminhamentos necessários a situação. E a sociedade precisa está alerta para ajudar nesta luta. Esse problema é de todos! Todos nós comemos um pouquinho desse fruto proibido e estamos sofrendo as consequências.

João Maria Martins Bezerra

Pastor evangélico