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domingo, 15 de janeiro de 2012

A BELEZA DO SUBÚRBIO – uma crônica interiorana [01] – AS PIPAS, RAIAS, OU COMO QUEIRAM CHAMAR

A monotonia, a tranquilidade, as vozes distantes e o barulho regular dos veículos que transitam. Eis a harmonia suburbana.
As construções irregulares e inacabadas se contrastam com ruas que ainda permitem meninos brincarem de bola, meninas pularem cordas e elásticos (mesmo em tempos de videogames e redes sociais nos PCs, ainda tem espaço para essas atividades tão comuns em nossas infâncias), e matronas lavarem roupas em tanques ao ar livre, estendendo suas peças em varais improvisados a céu aberto.
No subúrbio ainda tem muita vida diferente, espontânea, irreverente. Tem pássaros que trinam e voam livremente pelos arbustos e arvoredos que se espalham aqui e ali.
O céu é mais límpido no subúrbio, e as noites mais nítidas. Tudo gira em tons, cores, cheiros e formatos diferentes.
Outro dia, pude observar algumas crianças soltando pipas (ou raias, como chamam na nossa região). Elas corriam pra cá e pra lá, buscando uma corrente de ar para evoluírem em direção ao céu azul do verão.
Pra minha surpresa, no meio daquela operação tinha homem feito empinando raia também. É logico que bate logo um saudosismo, aquela vontade de estar ali, como na infância e pré-adolescência, quando corria livre pelas ruas de terra batida, tentando fazer ganhar os céus, o meu objeto de consumo.
Nem bem me veio esse pensamento e me aparecem gritando pela rua, meus dois sobrinhos, em busca de uma pequena geringonça daquelas. Fiquei sem saber o que dizer em meio aos pedidos:
- O senhor faz uma pra mim, tio? E o outro: e pra mim, o senhor faz também?
Tive que me predispor a realizar os pedidos, que, diga-se de passagem, me tiraram da leitura que estava prestes a fazer, para atender ao pleito dos dois.
Foi uma operação trabalhosa, que me consumiu quase todo o resto da tarde, e me fez buscar na lembrança a forma como confeccionávamos as nossas, quando crianças.
Depois de umas duas horas de tentativas, lembrei-me de algo importante: eu era péssimo na fabricação delas, e sempre pedia ajuda a um primo, que era perito. Como ele não mora mais na minha cidade, tive que concluir o projeto.
Depois que dei cabo deste, eis que me veio missão ainda mais sofrível: ajudá-los a fazer subir aos céus os desengonçáveis objetos que eu havia acabado de concluir (?).
Pra finalizar, anoiteceu e eu não consegui o intento, sonho dos meninos, e nem sei se aquelas geringonças subiriam mais do que dois ou três metros algum dia, mas valeu a intenção e eu me peguei novamente recordando momentos que são cada vez mais raros as crianças de hoje em dia.
É logico que meus sobrinhos não ficaram nada satisfeitos, mas outro dia eu conto o desenlace de tudo.

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