SUPERMERCADO J. EDILSON: O MELHOR PREÇO DA REGIÃO - Ligue: 3531 2502 - 9967 5060 - 9196 3723

SUPERMERCADO J. EDILSON: O MELHOR PREÇO DA REGIÃO - Ligue: 3531 2502 - 9967 5060 - 9196 3723

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

CRISE NA EDUCAÇÃO EM NATAL: 2012, O ANO QUE NÃO TERMINOU

Do site do SINTE/RN


Ainda é de triste memória os anos finais da administração Aldo Tinoco à frente do Município de Natal. Pensávamos todos que nada pior poderia acontecer. E eis que nos deparamos com algo mais prejudicial, mais triste, mais trágico, que causa a todos nós raiva e indignação.

Se àquela época consideramos ruim ficar meses sem receber salário, recebendo-o depois de forma parcelada, pelo menos tínhamos o consolo de que o descaso não atingira o funcionamento das escolas, concluindo-se o ano letivo como planejado, os alunos não foram vitimas da situação.
Há tempos li em algum lugar a máxima de que "médico quando erra, mata; professor quando erra, aleija". Modificando o dito, podemos afirmar que gestão pública quando erra, mata. Mata de forma real, haja vista a situação da saúde e da limpeza pública, e de forma metafórica, considerando a situação por que passam as escolas municipais.

É lugar comum culpabilizar professor como o fator por que a Educação não apresenta melhores resultados na aprendizagem. É verdade que somos resistentes a nos ver como parte do processo, quando este não mostra excelência. Contudo, também é verdadeiro o fato de que podemos ser verdadeiros educadores quando se trata de fazer o nosso aluno superar as dificuldades, quando tiramos do bolso recursos que deveriam ser destinados pelo poder público.

CONTINUE LENDO, clique abaixo.


O poder público que vergonhosamente falhou, que fez uma opção em não priorizar a melhoria de uma rede de ensino, embora pequenos oásis despontem em meio ao caos, como a maior oferta de vagas na Educação Infantil. Entretanto, o Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos amargaram reveses, como a não ampliação do número de escolas, a agonia de ver a oferta de vagas ser menor que a demanda, quadras deterioradas, chão sem teto e tetos a céu-aberto, uma evasão incontida.
O que ate então era sagrado, a merenda dos alunos, o pagamento de salário aos trabalhadores, o envio de recursos às escolas, tomou-se uma falácia até resultar na impossibilidade de se concluir um ano letivo dentro da normalidade para se cumprir integralmente os 200 dias com alunos, professores, equipe gestora e funcionários empenhados em uma rotina escolar.
Indignados com o descaso, somos adultos e haveremos de superar esse desfecho, como já superamos a ação truculenta da polícia em movimento grevista, as gestões autoritárias por apadrinhamento político desprovidas de conhecimento técnico-pedagógico. E nossos alunos, como diminuir-lhes o prejuízo?
Não nos enganemos. Nossa boa vontade não resgatará o conhecimento, ainda que este possa ser reapresentado nas aulas do próximo ano. Atividades vivenciais não bastam; sem o ato presencial, o conteúdo se mostra fragmentado, tão somente um ato de responder, preencher, completar. Sem querer discriminar, somos realistas de que a maioria de nossos alunos não tem múltiplas formas de pesquisa, nem sempre suas famílias podem ajudar na resolução das atividades propostas, restando-lhe a presença cotidiana do professor com suas orientações. Para alguns a merenda ainda é uma de suas principais refeições!
É a esse aluno que o poder público com suas peripécias prejudicou. Se seu direito às aulas foi prejudicado, foi igualmente usurpado o seu direito de cidadão. Consumou-se o que tanto é difundido de forma sociológica: a educação não é prioridade, um povo instruído incomoda, porque pensa, porque ler, ao ler, escrever e pensar se toma agente de transformação, não sendo passivo aos desmandos do poder.
Se não pudemos exercer a profissão de ensinar pela falta de escola, ainda que prédios haja, podemos, no entanto, ficar orgulhosos da lição dada pela mesma gestão que tão desastradamente nos desamparou. É necessário cuidado, extrema atenção em quem votamos, é preciso ficar atento às ações dos gestores públicos, E essa deve ser a primeira lição em 2013.

Autor(a): Ednice Peixoto - Presidente do Conselho Municipal de educação de Natal



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Reflita, analise e comente