Um dia após o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ironizar a cobrança de aliados pela diminuição do
número de ministérios, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse hoje
que a bancada vai insistir na apresentação de uma PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) que limite em 20 pastas o primeiro escalão do governo.
O texto já tem as 171
assinaturas necessárias para tramitar e deve ser protocolado na Câmara em
agosto, na volta do recesso parlamentar. Principal aliado do governo, o PMDB,
sobretudo a ala ligada aos deputados, vem defendendo a redução dos ministérios.
Existem 39 ministérios atualmente na estrutura do governo.
Segundo o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o partido apoiaria uma redução para
25 pastas. O vice-presidente Michel Temer também reforçou o discurso e afirmou
que a diminuição de pastas seria razoável.
Os peemedebistas estão
incomodados principalmente pelo fato de não terem ministérios de "porteira
fechada", ou seja, não controlarem toda a estrutura, o que reduz ainda o
poder de indicação. Outra reclamação é o fato dos ministérios sofrerem mais
cortes do que os do PT.
Atualmente, o PMDB comanda
cinco desses ministérios (Agricultura, Previdência Social, Turismo, Minas e
Energia e a Secretaria de Aviação Civil). Se a PEC for aprovada pelo Congresso.
"O fato de ser aliado não
significa ter o mesmo pensamento", disse Cunha. "Essa posição nossa
já foi expressa pela bancada e por uma resolução da Executiva do partido. Cada
um pode ter a opinião que quiser. É normal e democrático isso", completou.
Segundo o líder peemedebista,
o partido pode colocar à disposição suas pastas. "Isso não está em
discussão."
Em um discurso ontem para
movimentos sociais, Lula atacou a proposta defendida pelo PMDB.
"Quem tem que mexer é a
Dilma e eu acho que a Dilma não vai mexer. [...] Fiquem espertos porque ninguém
vai querer acabar com o Ministério da Fazenda, Defesa. Eles vão tentar mexer na
Igualdade Racial, nos Direitos Humanos", afirmou.
O líder do PMDB no Senado,
Eunício Oliveira (CE), também afirmou que é "razoável" a redução de
ministérios, mas disse que não sabe se o momento é "oportuno para essa
discussão". Ele cobrou que o partido ofereça suas pastas para facilitar o
debate.
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