Aparentemente, a segunda
semifinal da Copa do Mundo de 2014 teve como influência direta a pífia atuação
da seleção brasileira contra a Alemanha, quando foi humilhada ao levar goleada
por 7 a 1 no Mineirão. Nem Holanda nem Argentina se arriscaram durante os 120
minutos de jogo desta quarta-feira, no Itaquerão, dando a entender que
preferiam evitar entrar para a história das Copas de forma negativa do que
conquistando a vaga na final com futebol ofensivo. O resultado foi um jogo
fraco tecnicamente, sem grandes momentos de emoção, e que só foi decidido nos
pênaltis. Após o 0 a 0, Messi abriu a série Argentina com gol. E aquele que já
foi eleito quatro vezes o melhor do mundo terá a chance de, enfim ganhar uma
Copa, e logo na casa do principal rival de sua seleção. Vitória da Argentina
por 4 a 2 nas cobranças e vaga na decisão.
A Copa terá um duelo entre
América do Sul e Europa em seu jogo final. Os sul-americanos, com a Argentina,
buscarão empatar o número de conquistas em 10 a 10; os europeus, com a
Alemanha, tentarão se consolidar como os maiores campeões. O Maracanã, assim
como em 1950, será o palco da decisão – a partir das 16h do próximo domingo. Ou
o mundo terá o carrasco do Brasil como campeão, ou uma seleção azul celeste. De
qualquer maneira, 64 anos depois, a história terá contornos iguais. E a
consagração de uma geração formada há oito anos ou do melhor jogador da última
década.
Fases do jogo: 22 horas depois
do Brasil levar sete gols da Alemanha, houve quem se decepcionasse com o 0 a 0
do 1° tempo entre Holanda e Argentina. O problema é que, diferentemente do
duelo de terça-feira, no Itaquerão não havia uma seleção que saísse de seu
estilo de jogo, e muito menos de forma tão negativa com a seleção brasileira.
Assim, a Holanda seguiu como foi por toda a Copa, jogando com cinco defensores
e esperando o ataque rival para roubar a bola e buscar Robben, que perdeu o
duelo para Demichelis e Garay nas poucas arrancadas que teve chance, enquanto os
argentinos atacavam mais, mas sempre na base da individualidade - claro,
principalmente com Messi. O craque da Argentina tentou por algumas vezes sua
jogada preferida, a arrancada com a esquerda, mas a zaga holandesa soube como
detê-lo.
Na segunda etapa, o panorama
do jogo pouco mudou. Cada seleção criou apenas uma chance real de perigo - e
ambas foram anuladas pela arbitragem, por impedimentos corretamente marcados. A
partir dos 10 minutos finais, o clima modorrento imperou - quebrado apenas por
Robben, aos 45 minutos, travado por Zabaleta na entrada da pequena área. Restou
a prorrogação. E nada de alguma mudança surgir. A Holanda até tentou atacar
mais, saindo um pouco de seu padrão tático, mas o momento de maior susto no
tempo extra foi quando Cillessen, o goleiro holandês, driblou Palacio na área,
correndo risco enorme para o momento decisivo da partida.
Nos pênaltis, Romero se
consagrou: pegou as cobranças de Vlaar e Sneijder e, como os argentinos
converteram suas quatro cobranças, foram à final com Maxi Rodriguez acertando o
último.
O melhor: Vlaar - O zagueiro
holandês atuou mais na sobra do seus companheiros no sistema 5-3-2 montado por
Van Gaal. Dessa maneira, era ele que sempre se aproveitava de quando os
holandeses conseguiam cercar Messi e cia.: após um ou dois dribles, Vlaar
chegava para marcar um adversário já desequilibrado e efetuava o desarme. Nas
bolas aéreas e lançamentos longos ele também mostrou ótimo senso de
antecipação. Só foi falhar nos pênaltis, quando bateu o 1° holandês e perdeu,
parado por Romero - contando os 120 minutos de jogo, porém, ele foi decisivo
para que tudo fosse decidido nas cobranças.
O pior: Sneijder - O meia
holandês mais apareceu por cobranças de falta tortas, para longe do gol ou fora
do alcance de seus companheiros, quando tentou cruzar, e por reclamar ao
extremo com a arbitragem. Em qualquer lance duvidoso Sneijder era o primeiro a
aparecer aos berros e gesticulando muito contra o trio turco que apitou a
semifinal. Como joga praticamente sozinho no setor de criação holandês, a bola
pouco chegou a Robben e Van Persie (depois Huntelaar), já que Sneijder não foi
capaz de superar a marcação argentina. Para completar, ainda perdeu seu pênalti
na disputa final.
Chave do jogo: Quem avançasse
com a bola rolando faria isso com seu estilo de jogar. Então, seria difícil
criticar qualquer seleção por inventar em hora tão decisiva - ou elogiar qualquer
time por encontrar novas maneiras de jogar no momento mais importante da Copa.
O jeito "mais justo" de decidir quem avançaria em jogo tão fechado no
campo das táticas foi a disputa de pênaltis.
Toque dos técnicos: Louis Van
Gaal queimou sua terceira substituição no começo da prorrogação,
impossibilitando a repetição da já histórica tática que usou contra a Costa
Rica nas quartas de final: o uso de um novo goleiro para a disputa de pênaltis.
Em vez disso, optou por tentar aumentar a ofensividade de seu time ao tirar De
Jong, vindo de contusão, e colocar Clasie, meia. Se daquela vez a troca foi
fundamental, desta vez ficou mostrado por que ela ocorreu: Cillessen não pegou
nenhum.
Já Sabella manteve seu estilo:
mexeu por duas vezes no ataque, colocando Agüero e Palacio, e só na prorrogação
fortaleceu o meio, para que a bola chegasse com mais qualidade em seus
jogadores de frente, ao colocar Maxi Rodriguez. E foi Maxi que fez o pênalti
decisivo para a vaga na final.
Uol
Uol
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