O sofrimento parece perseguir
a Argentina nesta Copa do Mundo. Desta vez foi diante do 'ferrolho' da Suíça,
que jogou dentro de sua área praticamente toda a partida e segurou como pôde o
empate sem gols no tempo normal. Ter Messi, porém, é meio caminho andado para a
vitória. O craque voltou a desequilibrar e, na única jogada que teve espaço,
fez a arrancada que resultou no gol de Dí María no fim da prorrogação. Vitória
argentina no sufoco por 1 a 0, nesta terça-feira, no Itaquerão.
Classificação na base da raça
e da insistência diante de um adversário que voltou a adotar o 'ferrolho' para
tentar sobreviver. Mas que volta a levantar suspeitas do quão longe esta equipe
pode chegar diante de tamanha 'Messidependência. Na quartas de final, a
Argentina enfrentará o vencedor de Bélgica e Estados Unidos. O sonho de um
título na casa de seu maior rival segue vivo para a 'geração Messi'.
As fases do jogo: Nada de
partir com tudo para o ataque. Diante de um gigante do futebol mundial, a Suíça
trouxe de volta seu bom e velho 'ferrolho'. Marcou com praticamente todos seus
jogadores atrás da bola e não economizou nas faltas para parar Messi. Com o
camisa 10 bem guardado, a Argentina não obrigou Benaglio a fazer sequer uma
defesa difícil durante toda a etapa inicial. E ainda bobeou na defesa nas vezes
em que os suíços avançaram. Aos 27, Xhaka recebeu sozinho na área e parou em
grande defesa de Romero. Em contra-ataque aos 38, Drmic saiu cara a cara com o
goleiro, tentou encobrir e apenas recuou para o camisa 1.
O susto serviu para acordar a
Argentina, que encurralou a Suíça em sua grande área no início da etapa final e
tentou abrir o placar na base da pressão. Com o adversário recuado, a
alternativa foi insistir nos cruzamentos e nas jogadas individuais de Messi.
Nada, porém, deu certo diante da retranca europeia. Empate sem gols e
prorrogação. No tempo extra, Benaglio fez milagre em chute de fora da área de
Dí María, que entraria no ângulo. Quando tudo caminhava para os pênaltis,
brilhou Messi. Em bela arrancada, deixou Dí Maria na cara do gol para marcar. A
Suíça ainda quase empatou nos acréscimos, mas a bola bateu na trave.
O melhor: Benaglio– Quando a
Argentina passou pelo 'ferrolho' suíço, encontrou um paredão. O goleiro da
seleção europeia fez grandes defesas, a mais difícil em um chute de Dí María no
ângulo já no segundo tempo da prorrogação. Ainda brilhou nos pênaltis e
garantiu a classificação histórica para as quartas.
O pior: Xhaka – Meia tinha a
responsabilidade de cadenciar o ritmo do meio-campo suíço, acelerando o jogo
quando houvesse a possibilidade de contra-ataque. Mas o gol perdido no primeiro
tempo, quando parou em grande defesa de Romero, parece tê-lo abalado. Perdido
no restante da partida, errou muitos passes e viu os argentinos tomarem conta
do meio-campo. Acabou substituído na etapa final.
A chave do jogo: Recuo
excessivo da Suíça –Se nos outros jogos mostrou um futebol mais ofensivo, desta
vez os europeus se limitaram a se defender na maior parte da partida. Os
argentinos se aproveitaram para dominar o meio-campo e jogaram praticamente
toda a etapa final dentro da área adversária.
Toque dos técnicos: A Suíça
apostou na ligação direta defesa-ataque para surpreender a Argentina no
contra-ataque. A tática quase deu resultado no primeiro tempo, mas Drmic
desperdiçou cara a cara com Romero. Na etapa final, Sabella orientou seus
jogadores a adiantarem a linha de marcação. Desta forma, encurralou os suíços,
que não conseguiram se armar ofensivamente.
Para lembrar:
Rei nas tribunas. Eterno
desafeto de Maradona, Pelé mostrou que não tem nada contra os demais
argentinos. O maior jogador de todos os tempos fez sua primeira aparição em um
jogo desta Copa e esteve no Itaquerão para assistir ao confronto pelas oitavas
de final.
Duelo nas arquibancadas.
Argentinos e brasileiros fizeram um duelo fora de campo. Enquanto os hermanos
tentavam apoiar sua seleção, os anfitriões respondiam com gritos de
'pentacampeão'.
Luto suíço. Horas antes da
partida contra a Argentina, o técnico Ottmar Hitzfeld recebeu a notícia da
morte de seu irmão mais velho. O porta-voz da seleção não deu maiores detalhes
sobre o falecimento e pediu que a intimidade do treinador fosse respeitada.
Juiz joga contra. Mal
colocado, Jonas Eriksson atrapalhou ataque suíço na prorrogação e quase 'roubou
a bola' de Shaqiri. Furioso, o meia da seleção europeia deu uma sonora bronca
no árbitro.
ARGENTINA 1 X 0 SUÍÇA
Argentina: Romero; Zabaleta,
Garay, Fede Fernández e Rojo (Basanta); Mascherano, Gago (Biglia) e Di María;
Lavezzi (Palacio), Messi e Higuaín. Técnico: Alejandro Sabella
Suíça: Benaglio; Lichtsteiner,
Djourou, Schäre Ricardo Rodriguez; Behrami, Inler, Xhaka (Gelson Fernandes),
Mehmedi (Dzemaili)eShaqiri; Drmic (Seferovic). Técnico: Ottmar Hitzfeld
Data: 01/07/2014 – 13h
Local: Itaquerão (São Paulo)
Árbitro: Jonas Eriksson (SUE)
Auxiliares: Mathias Klasenius
e Daniel Warnmark (SUE)
Cartões amarelos: Rojo, Dí
María e Garay (Argentina); Xhaka e Gelson Fernandes(Suíça)
Gols: Dí María, aos 14 min do
2º tempo da prorrogação.
Uol
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