Se ela é de ouro, fantástica,
ótima, ou se qualquer outro adjetivo pode ser usado para descrever a atual
geração que forma a seleção da Bélgica, isso vai ao gosto de cada torcedor.
Para os belgas, o que importa é que, mesmo sem mostrar um futebol exuberante
como muitos esperavam, eles estão ente os oito melhores da Copa. Nesta terça-feira,
a Bélgica derrotou os Estados Unidos por 2 a 1, em Salvador, e avançou às
quartas de final do Mundial, em sua melhor atuação no torneio - mesmo que o
triunfo tenha saído só na prorrogação, após 0 a 0 no tempo normal.
O duelo na próxima etapa será
com a Argentina. Pelo futebol apresentado por ambas as seleções até agora, o
diferencial é "apenas" Messi. Se a geração belga for capaz de
pará-lo, pode tornar concreto o sonho de todos que não param de elogiá-la. O
palco para isso será Brasília, no próximo sábado. Por enquanto, fica a história
de mais uma prorrogação emocionante naquela que, a cada jogo, pinta como forte
candidata a melhor Copa de todos os tempos.
Fases do jogo: O primeiro
tempo foi bom, apesar do 0 a 0. A segunda etapa foi da Bélgica, consagrando Tim
Howard como um dos melhores goleiros da Copa. Mas a prorrogação, talvez, tenha
sido o "melhor jogo" da Copa.
Na primeira etapa do tempo
extra, a Bélgica finalmente fez valer sua superioridade no gramado, naquela que
talvez tenha sido melhor atuação na Copa. Com um minuto, gol, após linda jogada
coletiva. De Bruyne recebeu de Lukaku, que entrou em velocidade pela ponta
esquerda, cortou dois zagueiro e, finalmente, venceu Howard. A Bélgica passou a
apostar que os EUA se abririam para sair ao ataque, e isso ocorreu. Aos 14
minutos, Lukaku recebeu em jogada três contra dois do ataque belga e venceu
Howard batendo forte, pelo alto, quando o goleiro saía em seus pés.
O segundo tempo foi ainda
melhor, com mais jogadas de habilidade e com um toque de drama gigantesco. Logo
com um minuto, Green, que havia acabado de entrar, marcou, pegando de sem pulo,
de primeira, lançamento de Bradley - golaço. Minutos depois, os EUA surpreenderam
com impressionante jogada ensaiada e falta. Quatro toques em velocidade
deixaram atordoados os zagueiros belgas, que viram Dempsey sair cara a cara com
Courtois, que conseguiu a defesa com os pés. Até o final, os EUA abafaram.
Chances foram criadas, mas nada entrou. Bélgica entre as oito melhores seleções
do mundo.
O melhor: Tim Howard - O
goleiro americano fez tudo que podia para parar o ataque da Bélgica, que a
partir da segunda etapa do tempo normal saía a todo momento frente a frente com
ele. Foram 15 defesas nesse estilo - recorde do Mundial. Ele defendeu bola pelo
alto, dando "ponte", rasteira, com o pé. Os dois gols belgas só
saíram porque chega uma hora que só milagre salva.
O pior: Jermaine Jones -
Ninguém na partida teve atuação individual fraca. O problema de Jones foi que
ele apareceu mais na defesa do que ligando a bola ao ataque, como deveria.
Assim, os EUA ficaram ainda mais pressionados pelo ataque belga. Ele também
perdeu ótima chance no segundo tempo da prorrogação, quando os EUA haviam
acabado de diminuir o placar.
Chave do jogo: Assim como na
primeira fase, a Bélgica precisou do banco de reservas para mudar o jogo a seu
favor. Se na Grupo H era Origi que substituía Lukaku e colocava fogo no jogo, o
contrário ocorreu nesta terça. Lukaku entrou para a prorrogação e participou
dos dois gols do triunfo e da vaga nas quartas, marcando o da vitória.
Toque dos técnicos: Wilmots, o
técnico belga, soube como quebrar seu trauma pessoal de queda nas oitavas de
final de Copa - foi ele que, em 2002, marcou sobre o Brasil, mas viu o árbitro
anular. Quando viu que Mertens não produzia bem no ataque, o trocou por
Mirallas. Este deu mais velocidade as jogadas pelas pontas da Bélgica. Como o 0
a 0 persistia, na prorrogação tirou Origi, dono de boa atuação mas que parou em
Howard, e voltou a escalar Lukaku, seu antigo titular. Ele de u opasse para o
primeiro gol e marcou o segundo.
Para lembrar:
No começo do 1° tempo, um
homem invadiu o gramado da Fonte Nova com uma camisa do Super-Homem. Nela,
mensagens misturando inglês e português. Se tratava do italiano Mario Ferri,
que já invadiu jogos de Copa e de Mundial de Clubes anteriormente.
Antes do duelo entre Bélgica e
EUA, a média de gols da Fonte Nova era de 5,25 por partida. Com os três desta terça,
a média caiu, para ainda ótimos 4,8.
Serão quatro seleções
europeias e quatro das Américas nas quartas de final. A ausência de outro
continente nesta fase não acontecia desde 1986, quando foram cinco europeias e
três americanas.
BÉLGICA 2 X 1 EUA
Data: 1° de julho de 2014
Horário: 17h00 (de Brasília)
Local: Fonte Nova, em Salvador
(BA)
Árbitro: Djamel Haimoudi (ALG)
Assistentes: Redouane Achik
(ALG) e Abdelhak Etchiali (ALG)
Cartões amarelos: Cameron, aos
18 min. do 1°t (EUA); Kompany, aos 41 min. do 1°t (BEL)
Gols: De Bruyne, aos 2 min,
Lukaku, aos 14 min. do 1°t da prorrogação (BEL); Green, a 1 min. do 2°t da
prorrogação (EUA)
BÉLGICA: Courtois;
Alderweireld, Van Buyten, Kompany e Vertonghen; Witsel, De Bruyne, Fellaini e
Hazard; Mertens (Mirallas, aos 15 min. do 2°t) e Origi (Lukaku, antes da
prorrogação)
Técnico: Marc Wilmots
EUA: Howard; Cameron, Besler,
Gonzales e Beasley; Johnson (Yedlin, aos 32 min. do 1°t), Bedoya (Green, aos 17
min. do 1°t da prorrogação), Jones e
Bradley; Dempsey e Zusi (Wondolowski, aos 27 min. do 2°t)
Técnico: Jürgen Klinsmann.
Uol
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