O forte fluxo de ar quente que
ingressa da região Amazônica entre 1.500 e três mil metros, o chamado Jato de
Baixos Níveis (JBN), a intensificação de uma área de baixa pressão atmosférica
na região da Bacia do Chaco e o deslocamento de uma área alongada de baixa
pressão (cavado) em níveis médios perturbam e muito a atmosfera ao longo das
próximas 24 horas sobre parte do Sul do Brasil.
A imagem acima reproduzida
pelo Earth Null School mostra a projeção do modelo norte-americano GFS sobre o
nível de 850 hPa (1.500 metros) evidenciando o forte fluxo do JBN, com ventos
na ordem de 100 km/h no sul da Bolívia, o que é bastante expressivo.
O mecanismo de trovoadas, bastante
organizado, tecnicamente chamado de Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM)
pode romper-se ao longo da madrugada desta terça-feira (02) entre o Paraguai,
Argentina e oeste da Região Sul do Brasil.
A imagem acima mostra o
formato de um poderoso CCM que se formou na madrugada do dia 18 de novembro de
2009 sobre a Bacia do Chaco e que em seguida provocou tormentas severas em
parte do Sul do Brasil e até tornados.
Os órgãos oficiais de
meteorologia no Brasil, Inmet e Cptec/Inpe, e centros estaduais de
monitoramento meteorológico, Epagri/Ciram e Simepar, já emitiram avisos
meteorológicos para a possibilidade de tempo severo nas próximas horas.
O grau de “irritabilidade” da
atmosfera pode desencadear a ocorrência de tempo muito severo, como chuvas
muito volumosas em pouco tempo, o que levaria ao registro de enxurradas e de
deslizamentos de massa, vendavais intensos, com alto poder destrutivo, como
destelhamentos de construções, quedas de arvores, postes e muros e interrupção
de serviços de energia elétrica, telefonia e internet e precipitação de
granizo, alguns de tamanho e quantidade significativa, o que levaria à
prejuízos econômicos.
Abaixo, avisos meteorológicos
preparados por meteorologistas profissionais dos principais e mais importantes
órgãos de monitoramento e previsão do país:
O modelo COSMO rodado pelo
Inmet mostra o acumulado de precipitação nas próximas horas clássico de um
evento de CCM sobre o centro-sul do continente. Chuvas muito volumosas
acumuladas no corredor de escoamento do JBN e do deslocamento da baixa rumo ao
oceano.
A sondagem feita por balão
meteorológico soltado no Aeroporto Internacional “Cataratas do Iguaçu”, em Foz
do Iguaçu, no oeste do Paraná, às 12UTC desta segunda-feira (01) já havia
denunciado um aumento dos índices de instabilidade atmosférica sobre a região,
o que denuncia uma nova reviravolta nas condições do tempo.
A tendência das simulações numéricas
analisadas pelos órgãos de meteorologia é de que ao longo de toda esta
terça-feira, a instabilidade gerada pelo CCM siga bastante ativa, na maioria
das vezes causando trovoadas ininterruptas e tempo severo localizado.
Entre o final da tarde e o
período noturno, já avançando para a madrugada de quarta-feira (03), mesmo
enfraquecido, o CCM pode lançar novos núcleos convectivos sobre Mato Grosso do
Sul e São Paulo, principalmente.
Abaixo seguem mapas com o
prognóstico de tempestade, isto é, a maior confiabilidade de possibilidade de
tempo severo (chuvas, raios, ventania e granizo), mediante equação com as
diversas variáveis de projeção de tempo severo, desde a movimentação da parcela
de umidade e ar, de temperatura em diferentes camadas e do peso da massa de
gelo nas nuvens.
Fonte: De Olho no Tempo.
Crédito das imagens: Reprodução/Earth Null School/Cptec/Inpe/Inmet/Epagri/Ciram/Simepar/Master/USP
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