Penitenciária Estadual de Alcaçuz.
Foto: Ricardo Araújo/G1
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Presos da Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio e da Cadeia Pública
de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, aderiram à greve de fome
dos detentos. A informação foi confirmada pela diretora da Coordenação de
Administração Penitenciária do estado (Coape), Dinorá Simas. Agora, são oito as
unidades prisionais do estado nas quais os presos se recusam a comer. O motivo
ainda é mistério.
A direção da Coape informou que não existe, até o momento, uma pauta de
reivindicações ou algo que justifique a greve de fome. Segundo levantamento
feito pelo G1, com base nos dados repassados pela própria Coape e diretores dos
presídios - além das duas unidades de Mossoró que aderiram à greve de fome - os
presos também não querem comer na Penitenciária de Alcaçuz - que fica em Nísia
Floresta; no Presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido como Pavilhão 5 de
Alcaçuz; na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP); na Cadeia Pública de
Natal; na Penitenciária Estadual do Seridó, em Caicó; no Centro de Detenção
Provisória (CDP) deCeará-Mirim. Juntas, as unidades possuem cerca de 2.500
apenados.
Situação
Na Penitenciária de Alcaçuz, maior unidade prisional do estado, dos
quatro pavilhões onde estão encarcerados 900 detentos, três aderiram à greve,
totalizando 550 presos sem se alimentar. Os presos costumam fazer quatro
refeições por dia em Alcaçuz. É servido pão e café pela manhã e à noite,
enquanto as quentinhas são distribuídas no almoço e jantar. "Para não
perder tudo, redistribuímos a comida com os 350 presos que estavam comendo
normalmente", explica o diretor da unidade, Ivo Freire, que pretende visitar
os pavilhões nesta terça para apurar o motivo da greve de fome.
Enquanto isso, na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, conhecida como
Pavilhão 5 de Alcaçuz, 350 dos 400 presos se mobilizaram. Com isso, cerca de
700 quentinhas servidas no almoço e jantar desta segunda estragaram. O diretor
da unidade, Osvaldo Rossato, não recebeu reivindicações. "Não temos
notícia do que seja", afirma.
O diretor da Penitenciária Estadual de Parnamirim, Durval Oliveira
Franco, informou que também não houve registro de tumulto entre os 497 presos
da unidade. "Os dois pavilhões evitaram as refeições o dia todo. O
movimento foi silencioso. As quentinhas se perderam todas", relata.
Na Cadeia Pública de Natal, a solução encontrada pelo diretor Eider
Pereira de Brito foi doar as refeições para bairros periféricos da cidade.
"Os 400 detentos dos dois pavilhões aderiram. Já doamos as sobras para
comunidades carentes", diz. O diretor também informou que vai apurar o
motivo da greve de fome com os detentos nesta terça.
De acordo com o vice-diretor da Penitenciária do Seridó, Ednaldo Cândido
Dantas, a maior parte da comida estragou. "A carne deu para colocar no
freezer e evitar o desperdício", conta. Na unidade, 310 dos 470 apenados
não aceitaram as refeições. Participam da greve de fome os detentos dos dois
maiores pavilhões da penitenciária, que possui um total de cinco pavilhões.
Já no CDP de Ceará-Mirim, segundo Dinorá Simas, 50 presos estão sem
comer.
G1 RN
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