O terminal de Areia Branca tem contato direto com navios provenientes e com destino ao continente africano, que importam mensalmente o sal potiguar. Foto: Rodrigo Sena/ Arquivo TN |
Os navios que se deslocarem de
áreas de risco do vírus ebola para o Rio Grande do Norte terão que informar à
Codern (Companhia Docas do RN) e à Anvisa tudo o que aconteceu na embarcação
até vinte e um dia antes do início da viagem (que dura, em média, mais dez
dias). Este é o prazo de incubação da doença. De acordo com o Conselho de
Autoridade Portuária (CAP), cerca de 40% das embarcações que chegam ao Terminal
Salineiro de Areia Branca passam pelo continente africano, área mais atingida
pelo ebola no planeta. No entanto, descartam que haja contato entre tripulantes
e pessoas de outros continentes.
Ainda conforme informações
repassadas por Albanita Bezerra, o vírus ebola não se propaga durante seu
período de incubação. Além disso, ele não é transmitido por ar, água ou
alimento. “Para que haja transmissão entre infectados, é preciso contato direto
de fluídos corporais. Ou seja, através de tosse ou sangue, por exemplo. Nosso
trabalho é de prevenção, não há qualquer suspeita real do vírus no Rio Grande
do Norte”, assegura.
A orientação dos órgãos
responsáveis no Estado atende às decisões do Ministério da Saúde e da Anvisa no
restante do país. “Não há transmissão da doença durante o período de incubação
[21 dias]. Em caso de suspeita, o comando da embarcação deverá comunicar a
Codern e a Anvisa, para que possamos nos preparar. Este navio, então, não terá
mais livre prática. Ao atracar, ninguém desembarca, até que o laudo
laboratorial seja concluído”, explica Albanita Bezerra, diretora da Anvisa na
Gerência-Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras do RN.
Em nota recente divulgada à
imprensa, o presidente da Codern, Emerson Fernandes, reiterou que, apesar de
não ser comum o desembarque de tripulantes no Terminal de Areia Preta, os
procedimentos mais rigorosos de prevenção à doença serão adotados. "Não é
comum o desembarque de pessoas no Terminal Salineiro, mas pode acontecer e nós
estamos impedindo que haja esse desembarque. O navio atraca e por rádio mesmo
faz as solicitações, avisa que está precisando trocar de porão para fazer o
carregamento e o nosso contato é esse e não mais que esse, por conta dessa
questão do ebola”, disse.
A sinalização da Cia Docas do
RN e da Anvisa foi apresentada em reunião no auditório da Codern, no bairro da
Ribeira, na zona Leste de Natal, durante a manhã desta sexta-feira (10). Além
de representantes dos órgãos e repórteres, a coletiva contou com a presença de
membros da Receita Federal, de trabalhadores portuários, profissionais da Samu
e representantes das secretarias municipais de saúde e turismo.
Tribuna do Norte
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