A Black Friday do comércio
eletrônico brasileiro tem, pela primeira vez, a expectativa de ultrapassar R$ 1
bilhão em vendas. O dia de descontos será em 28 de novembro.
No esforço para fortalecer a
confiança do consumidor, nesta quinta edição do evento a Câmara Brasileira de
Comércio Eletrônico (Câmara E-net) reeditou um código de ética que garante o
selo “Black Friday Legal” ao site que aderir. As empresas que ganharem o selo
se comprometem a oferecer descontos de verdade e não maquiar preços durante a
promoção.
Até hoje, 96 empresas
assinaram o termo e a previsão é de chegar a 150 varejistas, um crescimento de
20% em relação a 2013. “A autorregulamentação é uma tentativa de separar o
trigo do joio, destacando quem tem boas práticas”, diz o presidente da Câmara
E-net, Ludovino Lopes.
Previsões de vendas. As
previsões reforçam a consolidação do evento como principal data do e-commerce
brasileiro. Segundo o diretor executivo
do Ibope E-commerce, Alexandre Crivellaro, em novembro e dezembro os comércio
online poderá faturar R$ 3,6 bilhões. E a Black Friday, em somente 24 horas,
poderá responder por quase um terço desse volume.
Na projeção do E-bit, empresa
especializada em informações sobre o comércio eletrônico, a Black Friday tem
potencial para gerar R$ 1,2 bilhão em vendas. Os dados do E-bit consideram 20
mil lojas online.
Entre as cerca de 120 lojas
reunidas no site blackfriday.com.br, mantido pelo portal de cupons Busca
Descontos, a previsão conservadora é de que as vendas atinjam R$ 700 milhões
neste ano. “Mas podemos bater a marca de R$ 1 bilhão”, diz o presidente do
Busca Descontos e incentivador da Black Friday no Brasil, Pedro Eugênio.
Segundo ele, o tíquete médio na data é alto – perto de R$ 400-, pois o
consumidor se dispõe a comprar produtos em que já tinha interesse. Itens como
smartphones, TVs e tablets estão no topo da lista de desejos.
Amadurecimento do mercado.
Eugênio diz que os lojistas e consumidores estão aprendendo a administrar
expectativas sobre os descontos. “Nem todos os produtos estarão em promoção”,
diz. De acordo com o Busca Descontos, os preços ficarão em média de 20% a 30%
menores – porcentual significativo para produtos eletrônicos, por exemplo.
Pioneiro do e-commerce no
Brasil e um dos fundadores da Câmara E-net, o professor Jack London diz que a
Black Friday brasileira já passou da fase da desconfiança do consumidor e agora
chega ao ponto da aceitação plena. “Esse ciclo ocorre com qualquer novidade e inovação”,
diz London.
Em geral, o setor compartilha
a visão de que a Black Friday amadureceu em toda a cadeia que envolve
fornecedores, varejistas, empresas de pagamento de infraestrutura e
consumidores. “A pior situação para a loja é gerar interesse no consumidor e
não conseguir finalizar a venda por problemas técnicos”, diz Gastão Mattos,
presidente da Braspag, empresa de soluções de pagamento do grupo Cielo. Segundo
ele, várias empresas realizaram testes de estresse para prever problemas com
alto número de acessos.
Previsão da Braspag mostra que
o pico de vendas da Black Friday será entre 16h e 17h, o que pode indicar que o
consumidor está preocupado em comparar preços.
Dado do Ibope E-commerce
mostra que o acesso às lojas online cresceu sete vezes na Black Friday de 2013.
Evento teste realizado pela Americanas.com em julho deste ano, a Black Night,
fez os acessos crescerem três vezes.
Enquanto em 2012 as principais
reclamações eram sobre propaganda enganosa e maquiagem de descontos, em 2013 os
consumidores relataram mais problemas com sites fora do ar ou dificuldade para
fechar uma compra, segundo o portal Reclame Aqui.
Radar Tecnológico / Estadão
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