A partir do dia 30 deste mês, o Facebook,
considerada uma das maiores redes sociais do mundo, vai passar a adotar novas
regras relacionadas à privacidade dos usuários e à oferta de anúncios
publicitários.
A empresa poderá obter mais informações sobre
quem a acessa, a partir de dados coletados por produtos que também são do
Facebook, como Instagram e WhatsApp. Até mesmo o nível de bateria do celular e
a força do sinal da operadora utilizada serão conhecidos pelo Facebook.
Na página criada para explicar as novas regras, o Facebook
aponta que as mudanças objetivam melhorar a experiência dos usuários com a rede
e garantir maior controle por parte deles. Assim, quem visualizar um anúncio
poderá saber os porquês da publicidade ter aparecido na sua página clicando na
lateral da própria imagem.
O internauta também poderá se negar a receber
informações de determinados anunciantes, ação que valerá tanto para o
dispositivo que está usando naquele momento quando para os demais, como
celulares, tablets e computadores.
A mudança tornará a oferta de produtos e
serviços mais personalizada. A principal ferramenta para isso está relacionada
à geolocalização. Os check-ins feitos pelos usuários quando estão em ruas,
estabelecimentos comerciais e outros locais poderão ser usados para o Facebook
mostrar informações de estabelecimentos e amigos próximos. Além disso, a
empresa está testando a opção “Comprar”, para que produtos sejam adquiridos na
própria rede.
O Facebook tem acesso a cerca de 70 informações
sobre os usuários, tais como cidade natal, páginas visitadas, visões religiosas
e políticas, atividades recentes, metadados de fotos (hora e local em que foi
feita, por exemplo), configurações faciais, número de telefone, endereço de IP,
número de cartão de crédito, idade, o que se olha na linha do tempo de outras
pessoas, as mensagens trocadas, páginas que visita, etc.
A partir disso, a empresa elabora o perfil da
pessoa e pode oferecer a ela produtos, serviços e recursos que podem
interessá-la. Por outro lado, ela vende esse pacote de dados para clientes e
parceiros. Segundo o Facebook, a operação protege a identidade pessoal, pois
“somente fornecemos dados aos nossos anunciantes parceiros e clientes depois de
removermos seu nome ou outras informações de identificação pessoal ou depois de
combiná-las com dados de outras pessoas de maneira que não mais identifiquem
você pessoalmente”.
Mesmo que as regras sejam desconhecidas por
parte das pessoas que usam a rede, basta utilizá-la para gerar informações. A
Declaração de Direitos e Privacidade do Facebook, disponível no site, diz que
“quando você publica conteúdos ou informações usando a opção Público, você está
permitindo que todos, incluindo pessoas fora do Facebook, acessem e usem essas
informações e as associem a você”. Se desejar restringir o acesso aos dados, o
usuário deve alterar quem pode ver as suas ações na rede ou desativar todos os
aplicativos da plataforma em suas Configurações de Privacidade.
Com o Marco Civil da Internet, contudo, o uso
desses dados passou a ser regrado. O marco garante a privacidade dos usuários
da internet, ao estabelecer que informações pessoais e registros de acesso só
poderão ser vendidos se o usuário autorizar expressamente a operação comercial.
“Em qualquer operação de coleta, armazenamento,
guarda e tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por
provedores de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses
atos ocorra em território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a
legislação brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados
pessoais e ao sigilo das comunicações privadas e dos registros”, diz a lei que
ficou conhecida como a Constituição da Internet.
Para quem não imagina mais o cotidiano sem as
redes sociais, a dica é conhecer as regras, optar por alterar suas
configurações de privacidade e evitar se expor em excesso. É o que diz o
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que criou uma página com
dicas de segurança. Cuidados com as senhas, uso de criptografia, limpeza do
histórico do navegador e atenção na hora de liberar acesso aos dados por
aplicativos são algumas das ações que podem ser feitas por um usuário qualquer,
mesmo sem conhecimentos aprofundados sobre a rede mundial de computadores.
Agência Brasil
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