O
presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Rio Grande do
Norte (Sisjern), Bernardo Fonseca, anunciou que a categoria vai reagir às
medidas de austeridades adotadas pelo novo presidente do Tribunal de Justiça,
desembargador Cláudio Santos, que, nesta sexta-feira (9), revelou que os cortes
de despesas a serem implementados no Judiciário contemplam extinções de
gratificações, exonerações e outras medidas.
Para
este sábado (10), está prevista uma assembleia geral, às 10h, em local que não
foi definido até a publicação desta reportagem (provavelmente o Fórum Miguel
Seabra Fagundes). Na ocasião, será discutida a possibilidade de greve. Ao mesmo
tempo, o sindicato já acionou sua assessoria jurídica e vai ingressar com
medidas judiciais no pleno do Tribunal de Justiça para manter o que considera conquistas
adquiridas com muito esforço.
“Nós
fomos pegos de surpresa com o anúncio do desembargador. A gente acredita que ou
é desconhecimento do presidente recém-empossado ou ele está colocando cortina
de fumaça para se afirmar enquanto Robin Hood às avessas. Essa é a visão
imediata que nós temos. E isso não contribui para o fortalecimento do Poder
Judiciário”, rebateu Bernardo à reportagem do portalnoar.com.
As
medidas de austeridade anunciadas por Cláudio Santos não vão atingir a
magistratura. Em sua posse, ele foi questionado pela reportagem se não era
contraditório implementar esses cortes enquanto defendia ao mesmo tempo a
instituição de auxílio-moradia para juízes, que voltou a ser defendido nesta
sexta-feira. O presidente do Sisjern criticou a contradição.
“A tese
de que o auxílio-moradia é para compensar perdas da magistratura não é verdade
porque anualmente os juízes têm alteração no salário. Agora mesmo vai ter. Como
é que nós estamos sofrendo cortes ou ameaça de cortes e está tendo aumentos no
mesmo poder? É uma situação complicada. Isso está criando um clima muito ruim
no Poder Judiciário. Nosso salário está sendo colocado de maneira, no mínimo,
atabalhoada pelo atual presidente, e com isso ele compromete o trabalho do
judiciário”, protestou Bernardo.
Para
efeito comparativo, o presidente do Sisjern pontuou que um servidor de nível
superior que ingresse hoje no Judiciário estadual terá salário bruto
equivalente ao que receberá de auxílio-moradia o presidente do TJRN. “O
presidente recém-empossado está colocando uma cortina de fumaça, pegando os
servidores como bode expiatório para exercer o papel de Robin Wood às avessas,
tirando do pequeno para colocar para os mais privilegiados”, protestou
Bernardo.
Portal no Ar
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