Devido à escassez de chuvas, produção de caju caiu quase 50% no ano passado
Foto: Fred Veras/Sebrae
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Plantações a perder de vista por praticamente
todo o Rio Grande do Norte, principalmente, nas regiões Oeste, Alto Oeste,
Seridó e Zona da Mata. Assim era o cultivo de cajueiro para obtenção da
castanha. Mas o forte período de estiagem mudou a paisagem e a cajucultura
potiguar não conseguiu segurar o ritmo de produção nos pomares devido à
escassez de chuvas. Apesar de figurar entre os principais produtos da pauta de
exportação do Rio Grande do Norte, a castanha de caju apresentou um declínio
nas exportações da ordem de 15,6% no ano passado devido à seca.
Em 2014, o setor negociou no comércio exterior
cerca de 20 milhões de dólares, relativos à produção de milhares de toneladas
de amêndoas, ficando em segundo lugar entre os itens mais exportados. Os
produtores, no entanto, não se deixam abater e estão otimistas. Com novas
técnicas de manejo e melhoramento produtivo, eles esperam que o ano seja
decisivo para reerguer essa cadeia produtiva.
De acordo com estimativas da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a produção de castanhas
vem sofrendo um declínio gradativo. Somente no ano passado, houve uma redução
de quase 50% na produção das amêndoas. “Nos anos de inverno regular, a produção
do Rio Grande do Norte ultrapassava as 50 mil toneladas”, ressalta o diretor de
pesquisa e desenvolvimento da Emparn, Simplício Holanda.
Segundo o técnico, no ano passado os números de
produção de castanha no estado não ultrapassaram as 25 mil toneladas. “Para
2015, os esforços são para chegarmos ao número de 35 mil toneladas, mas para
isso, além da chuva, é preciso recuperar cerca de metade da plantação”, estima.
As intervenções têm se concentrado na recuperação de pomares, como no caso de
um projeto piloto desenvolvido em Apodi.
Atualmente, a maior parte das plantações de
cajueiros encontra-se em Serra do Mel, município localizado a 240 quilômetros
da capital. Para auxiliar os cajucultores a enfrentarem a estiagem prolongada e
garantirem a sustentabilidade de seus negócios, o Sebrae no Rio Grande do
Norte, dentro do projeto de Cajucultura, tem orientado os pequenos produtores a
melhorar a gestão dos negócios e a implementar novas tecnologias no manejo da
cultura. “Também fazemos o acompanhamento dos produtores junto à indústria de
processamento para dinamizar essa cadeia produtiva”, explica o gestor do projeto
de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho.
Os produtores de caju estão buscando
alternativas para manter a sustentabilidade de seus negócios, enquanto a chuva
não vem. É o que acontece com a Cooperativa dos Beneficiadores Artesanais de
Castanha de Caju do Rio Grande do Norte (Coopercaju), localizada em Serra do
Mel. “Com o apoio do Sebrae, a
associação passou a fazer parte do Comitê de Cajucultura do Estado e afiliou-se
a Central de Cooperativas de Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (Cooafarn).
“Além da assessoria técnica do Sebrae, fazer parte do comitê e da central
trouxe mais alternativas para os nossos associados”, comenta a assessora
técnica da Coopercaju, Terezinha Oliveira.
Água tem sido a maior necessidade para os
associados da cooperativa de Serra do Mel, que nesse primeiro trimestre de 2015
está com apenas 10% dos 101 associados conseguindo produzir. “Nos anos com
chuva regular a cooperativa faturava quase R$ 2 milhões, em 2014 esse número
não passou de R$ 300 mil. Esse ano é decisivo para salvação da cajucultura, por
isso vamos marcar audiência com o governador pedindo implantação de medidas
emergenciais, como já acontece em outros setores e um plano de ação para
perfuração de poços em nossa região”.
G1 RN
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