Com reservatórios de hidrelétricas quase secos, governo eleva tarifas para conter o consumo Foto: Alex Regis |
A Companhia Energética do Rio Grande do Norte
(Cosern) foi autorizada pela Aneel a aplicar um reajuste extraordinário de 2,8%
nas tarifas de energia elétrica a partir de segunda-feira. A medida faz parte
da estratégia do governo de transferir para os consumidores os altos custos da
produção de eletricidade em consequência dos baixos níveis dos reservatórios
das principais hidrelétricas do País. Além da Cosern, outras 57 concessionárias
receberam autorização para aplicar o reajuste, cuja média é de 23,4%.
A revisão extraordinária está prevista nos
contratos de concessão das distribuidoras e permite que a Aneel revise as
tarifas para manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato quando
forem registradas alterações significativas nos custos da distribuidora, como
está ocorrendo agora, em função da crise hídrica.
O consumo de energia está em alta no Rio Grande
do Norte. No ano passado houve crescimento de 4,8% em relação a 2013. A classe
residencial foi a que apresentou o maior percentual de crescimento, com um
aumento de 7,1%, motivado pela elevação na renda da população, que favoreceu a
compra e o maior uso de aparelhos de refrigeração nas residências para enfrentar
as altas temperaturas. A Cosern encerrou o ano de 2014 com 1.303.616 clientes
De acordo com a Aneel, os maiores reajustes
serão para as distribuidoras AES Sul (39,5%), Bragantina (38,5%), Uhenpal (36,8%)
e Copel (36,4%). Os mais baixos serão aplicados para as distribuidoras Celpe
(2,2%) e Cosern (2,8%). A distribuidora CEA, do Amapá, não pediu a revisão
tarifária. Já as empresas Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia e CERR (RR)
não terão revisão tarifária porque não participam do rateio da Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE) e não estão no Sistema Interligado Nacional. A
Ampla (RJ) também não passou pela revisão porque seu processo tarifário ocorre
em 15 de março, quando todos os efeitos serão considerados.
Os impactos da revisão serão diferentes
conforme a região da distribuidora. Para as concessionárias das regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste, o impacto médio será de 28,7% e, para as distribuidoras
que atuam nas regiões Norte e Nordeste, de 5,5%. A diferença ocorre
principalmente por causa do orçamento da CDE e da compra de energia proveniente
de Itaipu.
Também começam a valer na semana que vem os
novos valores para as bandeiras tarifárias, que permitem a cobrança de um valor
extra na conta de luz, de acordo com o custo de geração de energia. Além da
revisão extraordinária, as distribuidoras passarão neste ano pelos reajustes
anuais, que variam de acordo com a data de aniversário da concessão.
Segundo a Aneel, a revisão leva em consideração
diversos fatores, como o orçamento da CDE deste ano, o aumento dos custos com a
compra de energia da Usina de Itaipu - por causa da falta de chuvas -, o
resultado do último leilão de ajuste – que aumentou a exposição das
distribuidoras ao mercado livre – e o ingresso de novas cotas de energia
hidrelétrica. “No ano passado e neste ano, o custo da energia elétrica tem sido
realmente alto porque o regime hidrológico não está favorável, temos despachado
todas as térmicas, que têm um custo mais alto”, explicou o diretor-geral da
Aneel, Romeu Rufino.
REAJUSTE EXTRA
Aplicação a partir do dia 02 de março
OS MENORES
Celpe 2,2%
Cosern
2,8%
Cemar
3,0%
Cepisa
3,2%
Celpa 3,6%
Energisa PB
3,8%
Celtins 4,5%
Ceal 4,7%
Coelba
5,4%
Borborema
5,7%
OS MAIORES
AES Sul
39,5%
Bragantina
38,5%
Uhenpal
36,8%
Copel
36,4%
RGE
35,5%
CNEE
35,2%
Cocel 34,6%
Muxfeldt 34,3%
Demei 33,7%
Caiua 32,4%
Tribuna do Norte
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