Taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira
medido em frações da moeda brasileira. Por exemplo, ontem, sexta-feira, US$ 1
custava R$ 3,23. Na quinta-feira, a moeda americana ficou próxima dos R$ 3,30.
Assim, a taxa cambial reflete o custo de uma moeda em relação à outra.
Segundo o Banco Central, as cotações apresentam
taxas para a compra e venda das moedas. Se o dólar aumenta, é sinal de que o
real está enfraquecido. No Brasil e no mundo, a moeda estrangeira mais
negociada é o dólar americano, por isso a cotação comumente é a dele.
O professor de economia da Universidade de São
Paulo, Paulo Feldmann, explica que, como o real está barato frente à moeda
estrangeira, a consequência é que quem tem dólar comprará com melhor
custo-benefício os produtos brasileiros. Por isso para os exportadores a alta
do dólar é positiva, pois a venda fica mais fácil. Mas, para quem importa
produtos está mais difícil, pois o produto fica mais caro.
“A alta do dólar, para a economia brasileira, é
positiva”, disse o economista. Ele justifica que, com o dólar a R$ 3,30, o
brasileiro não importa. “Isso é uma das poucas coisas boas que têm acontecido
na economia brasileira”, afirma.
O fato de o país não importar estimula a
indústria brasileira, faz o dinheiro circular no mercado interno e comprar
produtos do Brasil pelo preço que já estava. Nessa situação, as mercadorias
nacionais não têm seu custo elevado nem reduzido.
A mudança esperada é de que muitos produtos
importados, principalmente da China, começarão a ser fabricados no Brasil,
conta Feldmann. “Os últimos anos foram muito ruins para a economia nacional,
porque nossa moeda estava forte, portanto todo mundo preferia importar. Agora
não dá mais para fazer isso”, concluiu o professor.
Alejandro Werner, diretor do FMI (Fundo
Monetário Internacional), declarou, recentemente, que a desvalorização do real
é um fenômeno "bem-vindo" para as indústrias brasileiras. Como o
investimento no Brasil tem sido “muito, muito baixo” e tem retraído, disse
Werner durante uma convenção anual de banqueiros mexicanos, o movimento cambial
acaba sendo positivo.
Para a enorme fuga de investidores não
continuar, o governo brasileiro precisa reduzir os gastos públicos. A alta do
dólar em R$ 3,30 não acontecia em quase 12 anos.
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