O diretor da equipe de buscas do voo MH370,
Peter Foley, garantiu neste sábado que o avião que se acidentou no dia 8 de
março do ano passado será localizado em algum lugar do Oceano Índico.
"Sei que em algum momento me telefonarão
no meio da noite. Isso vai acontecer", disse Foley, o diretor do
Escritório de Segurança dos Transportes da Austrália, segundo o jornal
"Sydney Morning Herald".
Até o momento, não foi encontrado nenhum rastro
físico do Boeing 777-200, que perdeu contato com a torre de comando 40 minutos
depois de decolar de Kuala Lumpur, na Malásia, com destino a Pequim, na China,
naquele que é considerado um dos maiores mistérios da história da aviação
civil.
A hipótese do que pode ter acontecido "em
termos matemáticos é infinita", declarou à Agência Efe Fernando Marián de
Diego, especialista da Associação Profissional de Controladores de Trânsito
Aéreo (Aprocta) da Espanha, após enfatizar que "a única certeza que se tem
é que o avião já não está voando".
A Austrália, país responsável de coordenar as
buscas internacionais por ser o mais próximo do local onde se acredita que caiu
o avião, prometeu, desde o início, fazer o possível para encontrar os destroços
do MH370 e destinou para isso cerca de US$ 65,4 milhões.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott,
disse nesta semana, ao lembrar o primeiro aniversário do acidente, que apesar
de estarem confiantes que "a busca será bem-sucedida", também não
podem "prometer que este rastreamento seguirá com esta mesma intensidade
para sempre".
A possibilidade de uma diminuição na
intensidade das buscas incomodou os parentes dos desaparecidos, como foi o caso
de Prue Tomblin, mãe de Paul Weeks, um dos seis australianos a bordo da
aeronave.
"Acho que é mais difícil de aguentar agora
do que há um ano atrás, porque estamos em um limbo total", comentou a
mulher de 58 anos ao jornal "The West Australia", e insistiu que não
deve haver um retrocesso nos esforços para esclarecer o destino final do MH370.
As buscas começaram com uma grande operação por
mar e ar, que chegou a contar com a participação de 26 países e que levou a
pesquisa do golfo da Tailândia até o sul do Oceano Índico, em uma área
identificada como "sétimo arco" e que compreende ao local onde,
segundo os cálculos físicos, o combustível se esgotou e o MH370 caiu no mar.
Após o fracasso do rastreamento por mar e ar,
começaram as operações submarinas, para as quais foram contratadas quatro
embarcações da empresa Fugro, especializada neste tipo de trabalho.
O primeiro passo dessa segunda fase começou em
outubro, com o objetivo de elaborar um mapa do leito submarino de cerca de 60
mil quilômetros quadrados, uma tarefa que já foi completada em 40% e que deve
ser concluída em maio.
"Se não conseguirmos encontrar o avião ao
término do rastreamento, acontecerão novas conversas entre Austrália, Malásia,
Indonésia, China e, potencialmente, outras partes, sobre os seguintes
passos", informou à Efe a assessoria de imprensa do ministro australiano dos
Transportes, Warren Truss.
Os especialistas ainda não sabem com segurança
o que aconteceu, mas acredita-se que o avião mudou de rumo "em uma ação
deliberada", cerca de 40 minutos após a decolagem em Kuala Lumpur.
A partir daí, a hipótese mais provável é que a
aeronave voou com todos os seus ocupantes inconscientes pela falta de ar até
ficar sem combustível e cair no mar. Nas primeiras semanas após o acidente, foi
levantada a possibilidade de um atentado terrorista e de um sequestro com a
cumplicidade do piloto.
A bordo da aeronave havia 153 chineses, 50
malaios - 12 deles tripulantes -, sete indonésios, seis australianos, cinco
indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois
ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiwanês e dois
iranianos que embarcaram com passaportes roubados na Tailândia, um italiano e o
outro austríaco.
O desaparecimento do MH370 serviu de incentivo
para que Austrália, Indonésia e Malásia embarcassem em um projeto para criar um
sistema que controle a posição dos aviões sobre áreas oceânicas a cada 15
minutos, ao invés dos intervalos de 30 e 40 minutos atuais.
Terra
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