Colegas de sala e amigos do estudante Máximo
Augusto, de 23 anos, fizeram uma homenagem na noite desta segunda-feira (4) na
Universidade Potiguar (UnP), onde ele cursava Administração. Máximo desapareceu
na madrugada da última sexta-feira (1º) ao sair de uma boate na Zona Sul de
Natal. O corpo dele foi encontrado na tarde do domingo (3). Estava nu, com
marcas de espancamento, estirado à beira de uma estrada de terra na zona rural
de São Gonçalo do Amarante, na região Metropolitana da capital.
Durante a homenagem, alunos da turma de Máximo
se abraçaram. Muitos vestiam branco. A emoção tomou conta de muitas pessoas no
primeiro dia de aula após a morte de Máximo. "Ele era o que juntava a
gente. Se tinha alguém que chegava triste um dia, ele ia lá e animava todo
mundo. Sempre alegre e sempre feliz", disse o universitário Klaus Pessoa.
Máximo Augusto foi lembrado em cartazes. A
turma também fez um minuto de silêncio. "Apesar de não conseguir trazer a
vida dele de volta, a homenagem cria uma energia muito positiva que só é fruto
do que ele conseguiu deixar aqui", disse o professor Alberto Campos.
Os amigos da vítima pedem justiça. "A
gente quer que quem fez isso com ele seja punido. É uma injustiça muito grande,
ele não merecia", disse a estudante Luana Gondim. A homenagem terminou na
cobertura da universidade, onde os amigos pediram paz soltando balões brancos.
Investigação
A Polícia Civil acredita que há mais de uma
pessoa envolvida na morte do universitário. Uma câmera filmou o estudante
entrando em um motel acompanhado do principal suspeito do crime na madrugada da
última sexta-feira (1º), dia em que o jovem desapareceu e não foi mais visto
com vida.
Para o delegado Fábio Rogério, titular da
Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), o suspeito visto na filmagem
teve ajuda. "Tem mais de uma pessoa envolvida no crime", afirma. O
delegado iniciou a investigação nesta segunda-feira (4) com uma primeira
hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). "Houve uma morte e as
pessoas que fizeram isso estão com os pertences da vítima. Em um primeiro
momento a configuração é de latrocínio", explica.
A polícia ainda procura o veículo do estudante,
um Palio branco de placas OWC-8357. O carro aparece na filmagem sendo dirigido
por Máximo, tanto na entrada quanto na saída do motel. O corpo do universitário
estava nu quando foi encontrado e sem pertences. Na gravação, o suspeito do
crime estava no banco do passageiro. Contudo, o delegado informou ao G1 que na filmagem
não foi possível identificar o homem.
Fábio Rogério acrescenta que o estudante passou
24 minutos no motel, entre as 5h35 e 5h59. Antes disso, Máximo foi visto do
lado de fora da boate Vogue, no bairro de Candelária. De acordo com informações
da família, Máximo entrou em seu carro acompanhado de um homem que segurava um
capacete.
O segurança da boate suspeitou da situação e
chegou a perguntar ao estudante se estava tudo bem com ele. Ao receber uma
resposta positiva, viu o jovem deixar o local juntamente com o homem.
O corpo de Máximo só foi identificado após
análise das impressões digitais, exame realizado no Instituto
Técnico-Científico de Polícia (Itep). A causa da morte, no entanto, ainda não
foi revelada pela perícia.
'Muita violência'
“Era um menino de coração bom, alegre, era a
felicidade em vida. Máximo viveu intensamente. Ele era um ser iluminado, um
anjo, e Deus quer os anjos perto dele. Mas ele não merecia passar pelo que
passou, foi muita violência, nós queremos justiça. Paz e justiça", disse
Magda Medeiros, prima do estudante durante o enterro dele. O corpo de Máximo
Augusto foi sepultado na manhã desta segunda (4) no Cemitério Público de Nova
Descoberta, na Zona Sul da capital.
G1 RN
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