Vanderlei Luxemburgo não engoliu a demissão do
Flamengo, confirmada na noite de segunda-feira. Em coletiva de imprensa, o
treinador detonou a diretoria rubro-negra. O ataque foi direcionado aos
cartolas do clube, que se reuniram para tirá-lo do cargo - em encontro que não
teve a sua participação.
O treinador questionou a mudança rápida de
discurso da diretoria, que o tratava como fundamental há três semanas após
receber sondagem do São Paulo. Ele ainda reclamou da falta de atitude dos
dirigentes, já que esperava uma melhoria no contrato. Veja os melhores momentos
da entrevista de Luxemburgo:
"Existe uma dificuldade muito grande com a
diretoria. O Flamengo trabalha com um grupo de gestores. O profissional
contratado, no caso o Rodrigo Caetano, que é excelente, simplesmente não é
ouvido. Eles resolvem tudo e não sabem absolutamente nada de futebol. O Caetano
está de mãos atadas. Que experiência esses caras têm no futebol? Precisa passar
por eles a compra de um alfinete...".
MUDANÇAS NO DISCURSO
"Estou surpreso. Há 20 dias tive uma
sondagem oficial do São Paulo e o presidente disse que eu era fundamental no
projeto do Flamengo. Queria saber como mudou e deixei de ser fundamental? O
Flamengo fala muito em gestão competente, mas como fica a situação do
profissional que é solicitado e o presidente faz isso. Fui uma peça fundamental
talvez para um projeto de 20 dias".
PROPOSTAS RECUSADAS
"Não me arrependo de ter recusado as
propostas oficiais. Eu queria continuar no Flamengo, mas eles não quiseram.
Infelizmente, estava determinado que eu sairia do Flamengo. As pessoas estavam
incomodadas com as minhas entrevistas. Falei sobre CT, jogos fora do Rio de
Janeiro. O Conselho Gestor ficou incomodado com isso e mandou o Fred Luz
[diretor executivo] e o Alexandre Wrobel [vice de futebol] para conversarem
comigo".
MELHORIA CONTRATUAL
"Eles não cogitaram nem a renovação de
contrato até 2016 com um técnico cheio de sondagens. O projeto era ficar no
Flamengo e conquistar avanços. Aceitei continuar com um agravante. Tinha
interesse de não deixar o clube. Eles quiseram mudar a multa no momento da
proposta do São Paulo. Eu sempre quis continuar, mas queria melhorias".
MOTIVO DA QUEDA
"Fui demitido pela personalidade. Eles
querem pessoas que digam amém. Não conhecem futebol e acham que estão corretos.
Fui demitido por isso. Saí do Flamengo como saíram o Jayme, o Ney Franco...
Quando a situação aperta no futebol é preciso alguém garantir o caminho certo.
É um filme repetido. Colocaram o foco em cima de mim. Eu não poderia pertencer
ao processo?".
NEGOCIAÇÃO COM ATLETAS
"Desde que cheguei liguei para o Robinho
umas 20 vezes e ligo para todos os jogadores. Ajudo por uma razão necessária,
mas eles não querem isso. A diretoria quer decidir tudo. É complicado".
UOL Esportes
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