Neuer parou o Barcelona por mais de 70 minutos
com grandes defesas e uma atuação impecável. Para bater o Bayern os catalães
precisavam passar do melhor goleiro do mundo. Para isso, ninguém melhor que
Lionel Messi, que decidiu o primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões. Em
duas jogadas individuais no segundo tempo, o argentino garantiu a vitória por 3
a 0 sobre o Bayern de Munique no Camp Nou - Neymar completou no finzinho.
O placar elástico permite que o Barcelona perca
por dois gols de diferença em Munique na semana que vem, quando as duas equipes
farão o jogo de volta. Mais que isso, se fizerem um gol os catalães obrigarão o
Bayern a responder com cinco para irem à final em Berlim.
E nenhum torcedor do Bayern poderá dizer que
foi injusto. Ainda que não tenha dado show o tempo inteiro, o Barcelona buscou
mais o jogo, se aproveitou de uma opção tática equivocada de Guardiola e por
pouco não abriu o placar antes. Teve chances com Suárez, Neymar e Daniel Alves,
mas todos pararam em Neuer, que fez grande partida. Contra Messi, porém, o
goleiro não teve chance.
O argentino decidiu com um chute preciso de
fora da área aos 31 minutos do segundo tempo e uma jogada genial três minutos
depois, quando deixou Boateng deitado no chão e tocou com categoria por cima de
Neuer. No finzinho, Neymar completou em um contra-ataque, finalizando com
precisão.
Em seu primeiro jogo como rival no estádio que
o consagrou, Guardiola, hoje técnico do Bayern, teve de se contentar em não ser
goleado. A virada em Munique seria ainda maior que a da fase anterior, quando o
Bayern perdeu o jogo de ida para o Porto por 3 a 1 e devolveu com um 6 a 1 na
Alemanha.
Fases do jogo:
Sem craques como Robben e Ribery, o Bayern
arriscou-se. Escalou três zagueiros e cinco homens de meio-campo e quase foi
castigado pelo Barcelona, que começou com tudo e dominou o primeiro tempo.
Suárez teve uma chance de frente com Neuer e perdeu, assim como Daniel Alves
faria mais tarde. Neymar também teve sua chance em um cruzamento e os alemães
só assustaram em uma bola rolada para Lewandowski, que não conseguiu bater em
cheio.
O jogo só ficou equilibrado quando Guardiola
reviu sua estratégia. O 3-5-2 foi alterado para um 4-4-2, os alemães tiveram
mais solidez defensiva e o jogo voltou a ficar parelho, com toque de bola,
movimentação e disputa tática, mas sem a profusão de gols que se poderia
esperar. Essa ausência de bolas na rede deve ter deixado o público com uma
certa sensação de frustração na ida para o intervalo.
Quando as coisas se acalmaram, os dois times
começaram o jogo de xadrez, com o Bayern mais recuado e dominando o controle
pela posse de bola e o Barcelona tentando agredir sem sucesso. Em jogos assim,
não raro, quem decide é o talento individual. Foi o que fez Lionel Messi, que
em quatro minutos derrubou a marcação alemã, bateu Neuer e deu a vantagem que o
Barça queria. Neymar, com muita frieza, completou o placar no fim.
Melhor: Messi. Neuer merece muitos elogios por
ter segurado o Barça por quase todo o jogo, mas é impossível apontar alguém
melhor que Messi em campo. O argentino, que ainda não tinha marcado no
mata-mata da Liga, fez dois e deixou o time catalão a um empate da final.
Pior: Schweinsteiger. Embora seja ponta de
origem, o alemão construiu o melhor da carreira como volante, marcando e
construindo o jogo de trás. Com Guardiola, precisa jogar mais avançado e nesta
quarta, especialmente, fez pouco e sofreu para se encaixar na função.
Toque dos técnicos: Guardiola começou o jogo
com três zagueiros, só que viu seu time sofrer no mano a mano com o trio do
Barça, considerando que um dos defensores era Rafinha, lateral improvisado.
Depois de escapar por pouco, ele mexeu na formação, voltou à linha de quatro
defensiva e conseguiu equilibrar as coisas.
Chave do jogo: Messi. O talento individual do
argentino superou a batalha tática entre os dois times. O drible do segundo
gol, por exemplo, foi dado no mesmo zagueiro que o parou com muita propriedade
na final da Copa do Mundo: Jerome Boateng. Com essa prova de força, o Barcelona
vai a Munique cheio de autoridade para confirmar a vaga.
Outros destaques:
Posse: Conhecido por dominar o jogo na maior
parte do tempo, o Barcelona chegou a ficar menos tempo com a bola que o Bayern.
A última vez que isso aconteceu em um jogo dos catalães na Liga dos Campeões
foi há uma década.
Advertido: Neymar recebeu um amarelo e terá de
ficar esperto no jogo de volta. Se levar um novo cartão o brasileiro estará
suspenso de uma eventual final de Liga dos Campeões.
UOL Esportes
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