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sexta-feira, 1 de maio de 2015

O cenário da inovação tecnológica no Brasil

Desde o século passado o Brasil tem desenhado políticas, a fim de obter papel relevante em indústrias estratégicas. E obteve sucesso em algumas delas, como o agronegócio, a aeronáutica e a indústria de óleo e gás. Crescemos ouvindo falar de Embraer, Petrobrás e Embrapa. E certamente voamos em jatos da Embraer, talvez usando querosene produzido pela Petrobrás e, com quase 100% de certeza, comemos alimentos crescidos de sementes produzidas com tecnologia da Embrapa.

Mas agora é preciso dar um novo passo e fazer parte da indústria que hoje cria muitos trabalhos, trabalhos limpos e de salários elevados: a indústria criativa. E quando falamos em indústria criativa, o Vale do Silício é sempre a região que primeiro vem à cabeça. Natural, pela força do ecossistema que possui, pelas gigantes de tecnologia que criou. Só para citar as mais recentes e em muito destaque Apple e Google, com valores de mercado acima de US$ 700 milhões e US$ 300 milhões, respectivamente.

Mas no mundo inteiro, vemos surgir protótipos do que hoje é o Vale do Silício. Em diferentes níveis de maturidade e de relevância para os seus países, mas de certa forma, tão vibrantes quanto o Vale. Só para dar nome a alguns, hoje temos Boston, Londres e Israel. E por que não falar também Pequim e Bangalore?

O Brasil não está de fora! Embora alguns prefiram sempre ver o copo meio vazio, temos muito a dizer para este novo contexto econômico... Sim, acho que começamos meio atrapalhados a tentar ingressar neste cenário. A história, se me permitem, começa lá pela década de 80 do século passado, no tempo do Brasil Grande Potência, com a reserva de mercado. Precisamente em 1984. A reserva impediu que os brasileiros, os que aqui no Brasil estavam, tivessem acesso a produtos de informática que não fossem produzidos por empresas nacionais, aqui no Brasil... Olhando em retrospectiva, é fácil entender o quanto os consumidores foram penalizados e o quanto esta política retardou o ingresso do país numa cadeia global de produção de bens de informática...

Mas aprendemos... E em 1993, com a chamada Lei de Informática, demos um largo passo. O mercado foi aberto gradativamente para empresas globais que aqui chegassem para produzir e vender seus bens para o mercado interno (também). E, mais importante, foi criado um conjunto de benefícios, enormes benefícios, para aqueles que investissem em pesquisa e desenvolvimento. Se a nova política é um sucesso ou não, há controvérsias, mas podemos afirmar ao menos que os principais participantes desta indústria estão, hoje, no Brasil.

A balança comercial de eletrônicos, no entanto, permanece negativa. Atingiu a marca superior a US$ 30 bilhões nos últimos anos e não dá sinais de que vai baixar. Apenas no ano passado, reduziu um pouco, mas a economia foi mal e o consumo dos principais bens reduziu... Não foi pelo aumento da nossa eficiência (ou autossuficiência no setor).

Mas, o que é inegável, é que as leis e incentivos à pesquisa no país das últimas décadas estão longe de ser um fracasso total. Os investimentos para pesquisa e desenvolvimento proporcionados pelo arcabouço legal (somente com a Lei do Bem e a Lei de Informática foram mais de R$ 50 bilhões na

última década) impulsionaram a criação de importantes parques tecnológicos no país. E como resultado, temos hoje parques no Brasil que cooperam com a indústria local e global, proporcionando (e exportando através dos participantes globais) soluções inovadoras construídas com conhecimento e capital humano local.

Apenas para dar alguns nomes e números, temos:

1- O Tecnopuc, em Porto Alegre, que conta com mais de 6 mil engenheiros e pesquisadores em ciência da informação e comunicação;

2- O Paque Tecnológico da UFRJ, no Rio de Janeiro, com foco na indústria de óleo e gás, e que possui mais de 40 empresas e 3 centros de pesquisa e desenvolvimento de empresas globais: EMC, Siemens e GE;

3- São Pedro Valley, em Belo Horizonte, que tem foco na criação de novas empresas de base tecnológica e conta hoje com 7 incubadoras e 4 aceleradoras;

4- O Porto Digital no Recife.

Para o Porto Digital, é preciso abrir um parêntese. E também fazer uma ressalva: é lá que estou e lá que pretendo ficar! O Porto Digital é um dos mais vibrantes parques que temos. Nascido há menos de quinze anos, numa articulação que envolveu governo de estado, prefeitura e organizações civis, o parque hoje conta com mais de 500 empreendedores, mais 7 mil empregos diretos e 250 empresas, que juntas faturam mais de 1 bilhão de reais por ano.

Foi lá que surgiram empresas como o Livox, que desenvolveu o melhor comunicador para pessoas com paralisia cerebral, de acordo com as Nações Unidas; a Tempest, que tem escritório comercial em Londres e provê serviços contra ataques cibernéticos em todo o mundo; e a SiliconReef, que desenha circuitos impressos para aumento de eficiência de painéis solares. É lá também, bem no coração deste parque, que está o CESAR, o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife. Reconhecido e presente em todo o Brasil (além da matriz em Recife, o CESAR conta com filiais em Curitiba, Sorocaba e Manaus) é um centro com mais de 600 pessoas, e importantes contribuições para a indústria de eletrônica de consumo, agronegócio, robótica social e tecnologia de biossensores.


Em resumo, temos parques tecnológicos com tecnologia e talento, em quantidade, provendo soluções inovadoras para empresas globais, para (na maioria) o mercado local. É tempo de dar um novo salto, de repensar como avançar, para concluir o que se pensou quando iniciamos o movimento de inserção nesta indústria: o de construir a partir dos parques empresas e produtos com inserção no mercado global.

Olhar Digital-UOL

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