Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta
terça-feira (14) a Operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato, com a
execução de mandados de busca e apreensão na residência de políticos suspeitos
de envolvimento com o esquema de corrupção. Os agentes da PF foram às casas do
senador Fernando Collor (PTB-AL), em Brasília e em Maceió, nas do senador Ciro
Nogueira (PP-PI) e do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), em Brasília, na do ex-ministro
e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA), na Bahia, e na do ex-ministro e senador
Fernando Bezerra Coêlho (PSB-PE).
(Correção: inicialmente, esta reportagem
informou que a PF havia cumprido mandado de busca e apreensão da residência do
empresário Arnon de Mello, filho do senador Fernando Collor. Na verdade, o
mandado foi cumprido somente nas casas de Collor, em Brasília e em Alagoas).
Ao todo, a PF tem 53 mandados para cumprir,
autorizados pelos ministros Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo
Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados fazem parte de seis
inquéritos do Supremo que investigam políticos dentro da Operação Lava Jato.
Segundo a Polícia Federal, o objetivo é evitar
que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. As buscas ocorrem
na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas,
em escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Na capital alagoana, agentes da polícia também
cumpriram mandado no prédio da TV Gazeta, afiliada da TV Globo. A Gazeta tem
Collor como um dos principais acionistas. Agentes também realizaram buscas na
Organização Arnon de Mello (OAM), pertencente à família.
No Rio de Janeiro, a PF realizou buscas no prédio
da BR Distribuidora. Também foram alvo das buscas as casas de dois diretores da
BR Distribuidora, José Zonis e Luiz Cláudio Caseira Sanches.
Além de Alagoas, Distrito Federal e Rio de
Janeiro, também há mandados para os estados da Bahia (11), Pernambuco (8),
Alagoas (7), Santa Catarina (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais
federais participam da ação em todo o país.
A defesa de Collor usou as redes sociais para
se manifestar sobre a busca e apreensão em suas residências. No Twitter e no
Facebook, os advogados do senador do PTB disseram repudiar com
"veemência" a ida dos policiais federais a residência dele.
"A medida invasiva e arbitrária é
flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de
pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do
ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar
esclarecimentos", diz trecho da nota.
Responsável pela defesa do senador Ciro
Nogueira (PP-PI), o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay,
classificou de “abusiva” a busca e apreensão de documentos na casa do cliente
dele.
“O senador já falou, colocou à disposição da
polícia o sigilo telefônico, bancário e fiscal. Vivemos uma época em que
medidas invasivas se tornaram regra, não exceção. Ele já prestou depoimento”,
ressaltou Kakay.
Por meio de nota, o advogado André Luís
Callegari, que defende Fernando Bezerra, disse que o parlamentar do PSB confia
no trabalho das autoridades e que continua à disposição da política para
colaborar nas investigações. Segundo o criminalista, Bezerra está aguardando
para prestar depoimento no inquérito da Lava Jato.
“O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
manifesta sua confiança no trabalho das autoridades que conduzem este processo
investigatório e continua, como sempre esteve, à disposição para colaborar com
os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe forem demandadas;
inclusive, de documentos que poderiam ter sido solicitados diretamente ao
senador, sem qualquer constrangimento.
Fernando Bezerra Coelho aguarda o momento de
seu depoimento e reitera sua confiança no pleno esclarecimento dos fatos",
escreveu o advogado no comunicado.
O diretor jurídico da Organização Arnon de
Mello, Djalma Mello, disse que a empresa está atendendo ao mandado judicial
cumprido pela Polícia Federal.
G1
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