Dias, ministro do Trabalho e Emprego: Tendência de melhora
Foto: José Cruz
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O Brasil fechou 111.199 postos de trabalho com
carteira assinada em junho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O resultado é o menor para meses de junho registrado desde 1992. No primeiro
semestre, houve perda de 345.417 postos de trabalho - o pior resultado para o
período desde 2002. E os maus ventos também sopraram no Rio Grande do Norte. Só
no estado, 9.764 trabalhadores perderam o emprego entre janeiro e junho. Apenas
no sexto mês do ano, houve 2.188 demissões a mais do que contratações,
impulsionadas, principalmente, por cortes na construção civil e na indústria.
Um levantamento divulgado esta semana pelo
Sebrae RN, com base em dados do Caged
até maio, mostra que o quadro já estava ruim. O saldo registrado até então
estava negativo em 7.736 vagas. “A indústria
vem liderando diante do desaquecimento da economia, falta de
investimento por parte do governo Federal. Então, se começa a fazer o
enxugamento das empresas na tentativa de mantê-las. E esse enxugamento passa
por demissão”, disse o presidente da Federação das Indústrias do RN, Amaro
Sales, em entrevista ao site Tribuna do Norte nesta semana.
Analistas preveem melhorias no mercado de
trabalho só em 2016, mas o ministro do Trabalho, Manoel Dias, demonstra
otimismo.
“Apesar de ser mais um mês negativo, já podemos
notar uma redução no ritmo das demissões. Isso será potencializado com a
entrada do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), com a consolidação das
medidas do ajuste fiscal e de investimentos como os previstos no Programa de
Investimento em Logística (PIL), além do FGTS, que vai continuar financiamento
setores fundamentais como o da Construção Civil”, afirmou, ao comentar o
desempenho do mercado nacional, em junho.
No Brasil, o saldo negativo no mês passado
resultou da diferença entre admissões (1.453.335) e demissões de trabalhadores
(1.564.534) e foi inferior ao do mês anterior. Em maio, tinham sido fechadas
115.599 vagas com carteira assinada.
A agricultura foi o único setor que contratou
mais do que demitiu, no país, no mês de junho. O setor também teve saldo
positivo no RN. No primeiro semestre, porém, demitiu mais do que
contratou.
Apenas o Centro-Oeste registou aumento de empregos
em junho – considerando todas as atividades econômicas - com abertura de 3.508
vagas. A Região Sudeste fechou 57.294 postos de trabalho; o Sul, 30.828; o
Nordeste, 18.589; e o Norte, 7.996.
Entre os estados, São Paulo foi o que teve o
pior desempenho, com o fechamento de 52,3 mil vagas, seguido pelo Rio Grande do
Sul, pelo Paraná e por Santa Catarina. Por outro lado, Minas Gerais, Mato
Grosso, o Maranhão, Goiás, o Ceará e o Acre tiveram resultado positivo.
O emprego no RN - Dados de junho e do semestre
Em Junho
2.188 trabalhadores demitidos a mais do que
contratados. Foi o pior resultado para o mês desde o ano 2003. Nesse período,
apenas 2003 (-466) e 2014 (-567) também registraram saldos negativos.
Quem demitiu* mais
- Construção Civil: 815
- Indústria de Transformação: 684
- Serviços: 542
- Comércio: 420
- Serviços Industriais de Utilidade Pública
(SIUP): 30
Quem contratou* mais
- Agropecuária: 231
- Administração Pública: 38
- Extrativa Mineral: 34
*Saldo calculado a partir da diferença entre as
contratação e as demissões
No primeiro semestre
9.764 foi o total de postos de trabalho
fechados no estado, primeiro semestre deste ano.
Quem demitiu mais
- Indústria de Transformação: 4.352
- Construção Civil: 2.978
- Agropecuária: 2.771
- Comércio: 1.842
- Administração Pública: 222
- Extrativa Mineral: 137
Quem contratou mais
- Serviços: 2.422
- Serviços Industriais de Utilidade Pública
(SIUP): 116
Caged-MTE
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