Servidores federais dos ministérios da
Previdência Social, do Trabalho e da Saúde no Rio Grande do Norte entraram em
greve nesta terça-feira (7). Com a paralisação, que é por tempo
indeterminado, está suspensa a maior parte dos atendimentos do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e das agências regionais do
Trabalho no Estado.
A greve dos servidores é
motivada por cinco reivindicações: reposição salarial em conformidade com a
inflação; incorporação de gratificações; paridade entre ativos e inativos;
realização de concurso público para repor o quadro funcional; e regulamentação
das 30 horas da jornada de trabalho para todos da categoria.
Para Márcio Villano Bottini,
diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São
Paulo (Sinsprev), a estimativa inicial é que 80% das agências amanheceram
fechadas no estado. Segundo ele, o reajuste de 27,5% representa o cálculo da
inflação acumulada desde 2010.
A proposta do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão é reajustar em 21,3%, de forma parcelada, até
2019 (5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019), foi rejeitada
pelos trabalhadores.
Segundo o sindicato, os demais
pleitos dos empregados também não seriam contemplados pela proposta.
"Precisamos de concurso público, pois falta muito funcionário para atender
adequadamente a população. Queremos mais investimento. Temos agência sem tinta
de impressão e papel para imprimir coisas básicas para os segurados. Isso é
fundamental para a população", disse Márcio.
Márcio afirmou que os
servidores também estão descontentes com um plano de metas que amplia a jornada
de trabalho de 30 horas semanais. "Com o número de servidores reduzido,
fica difícil cumprir as metas. Quem não cumpre, pode perder as 30 horas e ter
de trabalhar até 3 horas a mais por dia", esclareceu.
Pela manhã, na agência da
região do Glicério, centro de São Paulo, segurados reclamavam da falta de
informação. A agência é uma das maiores da capital, chegando a atender 700
pessoas por dia. Denise Romero, psicóloga de 57 anos, acompanhava a mãe, de 92
anos.
Denise precisa receber uma
pensão por morte do pai. “Faz 15 dias que meu pai mrreu. Foi feito o
agendamento e o procedimento, confirmado ontem (6). Fica difícil levar a sério
uma situação como essa”, reclamou.
Marcia Aparecida Pinto,
autônoma, 46 anos, é deficiente visual e precisava passar por perícia médica
hoje. “Estava trabalhando, mas não consigo enxergar com meu único olho."
Marlene da Silva, aposentada, 70 anos, reclamou da falta de informação no
atendimento. "Tenho um empréstimo consignado em folha, mas não há repasse
do INSS desde maio. Estou passando por isso e não sei a quem recorrer.
Trabalhei a vida inteira e agora recebo um salário mínimo", explicou.
A orientação do INSS aos
segurados é que as datas de atendimento serão remarcadas pela própria agência.
Dúvidas podem ser esclarecidas pela central do telefone 135. Em nota, o INSS
informou que considerará a data originalmente agendada como a de entrada do
requerimento, "de modo a evitar qualquer prejuízo financeiro nos
benefícios dos segurados".
Também em comunicado, o
Ministério da Previdência Social informou "que têm baseado sua relação com
os servidores no respeito, no diálogo e na compreensão da importância do papel
da categoria no reconhecimento dos direitos da clientela previdenciária e, por
isso, mantém as portas abertas às suas entidades representativas para construção
de uma solução que contemple os interesses de todos".
Tribuna do Norte
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