Ontem, por mais de três horas, consultor Dan Levine recebeu informações sobre potencial do RN. Foto: Magnus Nascimento
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O grupo Latam realizou ontem (17) a última
reunião junto ao Governo do Estado sobre a possível instalação de um centro de
conexões de voos (hub) no Rio Grande do Norte. Durante quase três horas, o
consultor internacional Dan Levine, contratado pela companhia para analisar as
capitais que concorrem pelo investimento – Natal, Recife e Fortaleza –, recebeu
informações acerca do potencial de desenvolvimento econômico do estado
potiguar. Na próxima semana, a consultoria visitará Fortaleza e Recife. Em mais
três semanas, os estados nordestinos deverão ter conhecimento sobre os
resultados da análise da consultoria, de acordo com anúncio de Claudia Sender,
presidente da TAM Linhas Aéreas, na última quinta-feira.
Nos últimos dois meses, técnicos do grupo,
formado também pela chilena LAN Airlines, e representantes de duas consultorias
contratadas (Arup e Oxford Economics) visitaram os estados competidores
avaliando a infraestrutura aeroportuária e logística, os incentivos fiscais e
legislação, bem como o potencial econômico de cada ente da federação. De acordo
com a companhia, são os critérios técnicos que definirão a sede – teoricamente
a ser anunciada somente em dezembro deste ano.
A
reunião de ontem representou a última etapa de análise junto aos estados: o
potencial econômico, considerado como o “calcanhar de aquiles” do Rio Grande do
Norte na competição. Com Produto Interno
Bruto (PIB) menor que os adversários, o estado potiguar tem como
principal expoente econômico o turismo, que emprega quase 8% da população
potiguar economicamente ativa e representa 10% do PIB estadual. A cadeia
turística foi justamente o foco das apresentações.
“Nós fizemos uma exposição sobre o turismo,
mostramos os números. O do passado e o que achamos que vai acontecer com a
chegada do hub, o que ele vai trazer de desenvolvimento e o que podemos
oferecer para o hub. O nosso turismo cresceu, em média, 5% ao ano nos últimos
15 anos, quase igual à China e mesmo com os gargalos que tínhamos com voos”,
afirmou o secretário estadual de Turismo, Ruy Gaspar.
Segundo Gaspar, dados reunidos pelo Estado
junto à Federação de Comércio, Bens, Seriços e Turismo (Fecomercio), Federação
da Indústria do RN (Fiern) e as prefeituras de Natal e São Gonçalo apontam que
a cadeia turística tem potencial de se expandir, principalmente, com relação à
infraestrutura. A rede hoteleira, que já possui mais de 20 mil leitos, pode
ganhar outros 28 mil quartos nos próximos anos, considerando projetos de
empreendimentos já protocolados junto aos órgãos ambientais municipais e
estadual.
“Sabemos que cresceu. Temos um turismo que é
maior do que Recife e disputamos bem com Fortaleza. A TAM Viagens mostrou que
fomos o destino nacional mais procurado, e a CVC apontou que já crescemos neste
ano”, pontuou Gaspar.
Para o Estado, o turismo “tem forte apelo” para
a instalação do hub pela possibilidade de atrair o passageiro que fará uma
conexão para uma estadia de dois ou três dias. “É uma forma de atrair esse
pessoal para ficar na cidade. Quando se vai para a China partindo de São Paulo,
o turista passa por Dubai e fica até dois dias”, exemplificou o titular da
Setur.
Durante três horas de reunião – das 10h às 13h
desta sexta-feira –foram apresentadas análises de economistas da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Fiern e as projeções de crescimento da
Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (Abih). Segundo fontes ouvidas
pela reportagem, foram poucas as intervenções do consultor Dan Levine. Após a
reunião, o representante foi levado em um tour pela capital potiguar. Outros
serão realizados no Estado até amanhã (18), quando ele deixará o RN, embora o
percurso não tenha sido divulgado pelo Governo.
Tribuna do Norte
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