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domingo, 9 de agosto de 2015

Câmara pede ao STF para anular provas contra Cunha

A Câmara dos Deputados entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a anulação de provas que incriminam o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os documentos foram colhidos em maio na Câmara e hoje integram o inquérito aberto no tribunal contra o parlamentar. Cunha é investigado por suposto recebimento de propina para permitir a contratação de navios-sonda pela Petrobras. Investigado na Operação Lava-Jato, ele teria utilizado requerimentos na Câmara para pressionar empresas a retomarem os pagamentos de suborno. Segundo a Câmara, o ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF, violou a imunidade do Legislativo ao autorizar a ação sem pedir permissão para a Câmara.

O recurso é assinado pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria. Embora tenha poderes para atuar em nome da Câmara, não é comum a Advocacia-Geral da União (AGU) ajuizar esse tipo de recurso. O GLOBO perguntou a Cunha por que acionou a AGU, uma estrutura pública, já que o parlamentar contratou advogado próprio para atuar no STF. Cunha disse que não sabia da existência desse recurso. 

— Nem sei de ação. Desconheço. Eu, da minha parte, não preciso de nada da Câmara para atuar em minha defesa. Já tenho um excelente advogado para atuar — disse Cunha, referindo-se a Antonio Fernando de Souza, que foi procurador-geral da República e, no cargo, denunciou a cúpula do governo Lula ao STF.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, desmentiu Cunha:

— O agravo foi apresentado ao STF a pedido da Presidência da Câmara.

No início de maio, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi feita coleta de documentos no setor de informática da Câmara. O objetivo era saber a origem de requerimentos apresentados pela ex-deputada Solange Almeida. A suspeita dos investigadores é de que ela teria feito isso a pedido de Cunha, escondendo o real interessado nos requerimentos.

No recurso, o advogado ressalta que a imunidade está assegurada na Constituição Federal. Ele também afirma que as buscas ferem o princípio da separação dos poderes e pede que as provas sejam desconsideradas. No documento, a AGU diz que não tem por objetivo embaraçar a condução do inquérito contra Cunha, nem defendê-lo:.“A Câmara dos Deputados atua aqui em nome próprio, na defesa das próprias prerrogativas constitucionais do Poder Legislativo, não em favor de interesse particulares”, informa a AGU.

Diz ainda que o ministro Teori violou a prerrogativa parlamentar de não testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato. A AGU compara essa situação à de alguém que entra no computador de um jornalista para descobrir quem lhe passou determinada informação, o que violaria o dispositivo constitucional do sigilo da fonte. “Para justificar uma verdadeira devassa nos sistemas informatizados da Câmara dos Deputados, o Procurador-Geral da República não escondeu que seu verdadeiro propósito era o de perquirir a 'real autoria dos requerimentos'", diz trecho do documento.

Como não há precedentes no STF, o advogado cita um caso ocorrido com o congressista William Jefferson, dos Estados Unidos. Sem consultar o Legislativo, foi autorizada a busca e apreensão de documentos de seu gabinete. Ele recorreu à corte de apelação e conseguiu que o material fosse devolvido. Posteriormente, a Suprema Corte validou essa decisão.

O Globo

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