A presidente Dilma Rousseff
participou nesta sexta-feira (14) de mais uma cerimônia de entrega do programa
Minha Casa Minha Vida. Em Juazeiro, na Bahia, ela entregou 1.480 unidades
habitacionais.
No discurso, Dilma fez apenas
uma breve referência à crise pela qual passa o governo, classificando-a como
passageira.
“Estamos numa travessia e nós
vamos fazer dar certo. Podem ter certeza: o país vai voltar a crescer e vamos
reduzir a inflação”, afirmou durante o evento no qual se deixou fotografar
usando um chapéu de vaqueiro.
A petista afirmou que o pedido
do prefeito da cidade, Isaac Carvalho, de interligar o rio Tocantins ao rio São
Francisco com o objetivo de amenizar a seca no Nordeste não era “trivial” e
exigiria “bilhões e bilhões” para ser realizado. Ela afirmou que a região passa
por uma das piores secas dos últimos anos e lembrou a construção de um milhão
de cisternas durante as gestões petistas.
Ao prefeito de Juazeiro Dilma
pediu que plantasse árvores e construísse creches para as crianças no conjunto residencial
inaugurado.
Dilma segue para Salvador,
para “pregar para convertidos” na segunda edição do programa Dialoga Brasil,
lançado há duas semanas em Brasília.
Em meio a uma grave crise
política e econômica e às vésperas de protestos que vão pedir o impeachment da
presidente nas principais capitais do país, Dilma vai discursar para uma
plateia de 300 líderes de entidades civis organizadas alinhadas ao PT.
Num evento que servirá para
discutir políticas culturais, estão confirmadas as presenças de líderes de
centrais sindicais como a CUT (Central única dos Trabalhadores) e entidades
como o MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Devem completar a plateia
entidades dos movimentos negro e de mulheres, além de membros de conselhos
governamentais voltados para discussão de políticas para cultura e da
juventude.
A ideia, segundo aliados, é
reforçar o apoio da base social do PT à presidente para enfrentar a agenda do
impeachment.
Os convidados do Dialoga
Brasil foram selecionados pela Presidência, com o apoio da Secretaria de
Relações Institucionais do governo Rui Costa (PT).
“É uma turma com quem
dialogamos e que conquistou espaços importantes no nosso governo. Mas são
organismos da sociedade, não são ligados ao partido”, afirma o secretário de
Relações Institucionais da Bahia, Josias Gomes.
Segundo ele, a presença da
presidente em Salvador “é fundamental para mostrar que o governo que ela lidera
tem muito a falar e fazer pela sociedade”.
Antes do evento do Dialoga
Brasil, a presidente terá uma reunião fechada com empresários na capital
baiana.
A agenda presidencial,
contudo, frustrou a equipe do governador Rui Costa (PT) que esperava que a
presidente assinasse ordem de serviço para construção de um VLT no subúrbio da
capital baiana.
O prefeito de Salvador, ACM
Neto (DEM), que em maio articulou o apoio de deputados de seu partido à
aprovação do ajuste fiscal, também esperava que a visita da presidente selasse
a liberação de recursos para iniciar um sistema de corredores de ônibus.
Folha Press
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