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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Após disparar a quase R$ 4,25, dólar despenca 3,7% e fecha a R$ 3,99

Durante os últimos dias, os analistas atribuíram a alta do dólar ao temor de um novo rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil e ao impasse político que emperra a aprovação do ajuste fiscal.

Em escala global, porém, dólar opera em leve queda. O índice Dollar Spot da Bloomberg, que mede a força da divisa contra uma cesta das dez principais moedas do mundo, recua 0,13%.

O dólar oscila hoje ao sabor das declarações das autoridades. Às 9h, divisa abriu já em forte alta e atingiu seu pico às 10h29m. A partir daquele horário, a moeda iniciou trajetória de queda, acentuada pelo início do discurso de Tombini, às 11h. Por volta das 11h10m, o dólar zerou toda sua alta, retornando praticamente ao mesmo patamar de fechamento do dia anterior.

Mas enquanto o presidente do BC falava, a moeda recuperava fôlego, voltando para a casa dos R$ 4,20 por volta das 12h30m. Foi nesse momento que surgiram notícias de que Renan Calheiros havia marcado para a próxima quarta-feira a conclusão das votações dos vetos presidenciais — assunto sensível para os investidores, devido à sua repercussão sobre o ajuste fiscal. Com as declarações do presidente do Senado o dólar despencou intensamente, atingindo a mínima de R$ 4,058 por volta de 13h40m. 

ESPECIALISTAS FALAM EM ATAQUE ESPECULATIVO
Para James Gulbrandsen, diretor da NCH Capital, a venda de reservas não adiantaria muita coisa e tornaria o país ainda mais vulnerável. Segundo ele, a saída é um choque monetário.

— Se eu fosse o Tombini, aumentaria a taxa de juros em três pontos percentuais, para 17,25%, de uma só tacada. Seria um movimento temporário que enviaria uma mensagem os fundos de hedge globais que estão promovendo um ataque especulativo contra o Brasil. Esses caras são tubarões que farejam sangue na água e estão se aproveitando demais do BC e da paralisia do governo para criar o caos. O aumento repentino dos juros iria atrair um enorme volume de capital, elevando o preço dos ativos brasileiros e o real, provocando grandes perdas a esses fundos que apostam contra o Brasil — afirmou o americano, que mora no Rio. - A própria curva de juros futuros está mostrando que o mercado não acredita que a taxa Selic está correta hoje. Lógico que o mercado não está sempre certo, mas elevar os juros enviaria a mensagem que o BC não deixará o ataque especulativo continuar.

Uma prova do ataque especulativo sofrido atualmente pelo Brasil, segundo Gulbrandsen, é o comportamento do iShares MSCI Brazil Capped, um fundo do tipo ETF (Exchance Traded Funds, negociado em Bolsa) que acompanha ações brasileiras e é negociado em Nova York. O fundo reúne papéis das principais empresas brasileiras, como Petrobras, Itaú e Vale, e é uma das principais referências do tratamento dado pelo investidor internacional ao Brasil. Segundo Gulbrandsen, das 84,2 milhões de ações emitidas por esse ETF, 59 milhões, ou 70%, estão vendidas a descoberto.

— Isso significa que os fundos de hedge venderam ações que não possuem, papéis que alugaram com o objetivo de vender, apostando na queda do papel. quando o valor do papel cai, esses fundos os compram a preço de mercado e devolvem para quem alugou. Assim, eles ganham com a diferença —explicou o investidor. — É claro que a crise do país não se trata, simplesmente, de culpa desses fundos. O negócio deles é ganhar dinheiro. Mas o BC deveria enviar uma mensagem. Na falta de um ajuste fiscal que ainda não foi feito, a política monetária tem que compensar essa ausência.

BC VENDE US$ 1 BILHÃO EM CONTRATOS DE SWAP
— A postura do Banco Central (BC) de deixar o câmbio flutuar está dando margem aos grandes players para especular em cima do câmbio. Ataque especulativo é um termo muito forte ainda, mas é como se fosse isso. O mercado está, de certa forma, testando o BC. Se ele não agir de forma mais efetiva, veremos o dólar passar R$ 4,50 e chegar, quem sabe, a R$ 5 — afirmou Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos. — A desvalorização do real tem fundamentos, é claro, mas não nesses níveis. Pode estar havendo um efeito manada.

Hoje o BC conseguiu vender 20 mil contratos de swap cambial (que funcionam como uma venda de moeda no futuro) equivalentes a US$ 1 bilhão. Ontem, a intenção da autarquia era também oferecer 20 mil contratos mas só encontrou demanda junto aos bancos para 4,4 mil. Além da oferta de novos contratos de swap, o BC faz a rolagem de 9.450 contratos que venceriam em outubro, como vem fazendo nas últimas semanas.

Mas Zeno acredita que esse tipo de operação não será suficiente para conter o câmbio. Para ele, a situação exige mesmo que o BC venda dólares à vista no mercado, hoje depositados nas reservas internacionais de US$ 370,8 bilhões da autarquia.

— Pode até ser que a venda de dólares à vista não contenha a disparada do câmbio, mas ela geraria no mercado a noção de que ele o BC está intervindo. Além disso, o órgão comprou reservas em momentos em que o dólar estava muito baixo. Faz sentindo vender parte desse montante para segurar um pouco o câmbio que, nos patamares atuais, não é interessante para ninguém — recomendou o especialista.

INTERVEÇÃO MAIOR DO BC
Ontem, em pregão dominado por nervosismo, o Banco Central (BC) reforçou sua artilharia para tentar conter a volatilidade no mercado de câmbio. Foram anunciados dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra), no total de US$ 4 bilhões, e uma nova oferta de contratos de swap cambial de US$ 1 bilhão.

Mas essa intervenção de US$ 5 bilhões não foi suficiente para segurar a cotação do dólar comercial, que encerrou a R$ 4,145, com alta de 2,24%, um novo recorde desde o início do Plano Real, em 1994.

Fontes da equipe econômica consideraram que a oferta do BC de empréstimos em dólar foi a ação adequada para tentar acalmar o mercado financeiro, além de aliviar a pressão sobre os cupons cambiais. Como não quer queimar reservas, o BC usou o leilão de linha para irrigar o sistema, combinado com operações de swap. Segundo essas fontes, não adiantaria vender dólares no mercado à vista, ou seja, sem o compromisso de recompra.

MAU HUMOR NAS BOLSAS EXTERNAS
No mercado de ações, o dia é negativo para as ações europeias. Os investidores operam com cautela, à espera de declaração, à tarde, da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Janet Yellen. Contribui para o mau humor os desdobramentos do escândalo Volkswagen, depois de da revista alemã “Autobild” dizer que o carro esportivo X3, dessa vez da BMW, excede os limites de emissão de poluentes da Europa. A BMW emitiu comunicado negando qualquer manipulação de dados, mas suas ações chegaram a cair até 9,5%, maior tombo em quatro anos.

Com isso, a Bolsa de Frankfurt recua 2,23%, enquanto o pregão em Londres opera em baixa de 0,74%. Em Paris, a Bolsa cai 1,94%. O índice de referência do continente, o Euro Stoxx, cai 1,94%.

O Globo

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