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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Com a descoberta de água, o que muda nos planos da Nasa para Marte?

E agora, depois da detecção de fluxos de água na superfície de Marte, para onde vão os planos da agência espacial americana na exploração do planeta vermelho? Esse foi um dos temas mais debatidos durante a entrevista coletiva promovida nesta segunda-feira (28) no quartel-general da agência espacial, em Washington.

De acordo com Jim Green, diretor de ciência planetária, o estudo valida a estratégia da Nasa adotada nos últimos anos de compreender em detalhes o ciclo hidrológico passado e presente de Marte. E avança na direção da eventual coleta de amostras para que sejam trazidas de volta para a Terra. No momento, não há nos planos nenhuma missão capaz de trazer de volta material de Marte. Mas a descoberta deve motivar estudos a respeito.

“Os cientistas estão de acordo que provavelmente só conseguiremos ter certeza sobre a existência de vida em Marte com a análise de amostras em laboratório”, afirmou. Segundo Green, é extremamente complicado incluir em veículos robóticos a instrumentação necessária para fazer essas sondagens. 

É justamente por isso que, até hoje, as únicas sondas que levaram experimentos cujo objetivo era detecção de vida foram as Viking-1 e 2, que foram ao planeta vermelho em 1976 (os resultados até hoje são controversos, embora a maioria dos cientistas os interprete como negativos). Na prática, é muito complicado desenhar um instrumento para detectar algo que você não sabe exatamente o que é. No caso de vida alienígena, só podemos supor que ela seja suficientemente parecida com a terrestre para permitir ser reconhecida. Ainda assim, é uma premissa delicada.

O jipe que a Nasa mandará a Marte em 2020 terá por objetivo colher algumas amostras promissoras. Mas elas terão de esperar até que uma outra espaçonave vá até o planeta vermelho e tenha a habilidade de mandar esse material de volta para a Terra.

O que conduz a outro ponto crítico discutido durante a coletiva: proteção planetária.

VIDA QUE VAI, VIDA QUE VEM
Quando trouxermos uma amostra de Marte, certamente haverá uma discussão acalorada sobre como lidar com esse material. Poderia haver vida nele? Essas formas biológicas alienígenas poderiam de algum modo “contaminar” a biosfera da Terra?

A Nasa possui um Escritório de Proteção Planetária, voltado para essas questões. A ideia é evitar ao máximo contaminação entre mundos — o que, conforme o próprio Green admite, é complicadíssimo.

“Esterilizamos nossos veículos que vão até Marte, porque não queremos correr o risco de contaminar o planeta com formas de vida da Terra”, diz. “As Vikings, que tinham como objetivo detectar vida, foram as que passaram pelo processo mais rigoroso de descontaminação, porque não queríamos ir até lá para detectar a vida que nós mesmos levamos para lá.”

Ainda assim, o pesquisador admite que é impossível realizar um processo 100% eficaz. A vida é difícil de exterminar. O que significa que pelo menos um punhado de bactérias da Terra já foi levado até Marte. Se elas sobreviveram lá? Os cientistas acreditam que não.

Aliás, parte do dilema de procurar vida em Marte é este: eles precisam pousar as naves em lugares que supostamente não são capazes de abrigar vida, para evitar a contaminação do planeta vermelho com bactérias terrestres. Mas então o que eles encontrarão por lá, se o lugar não é propício à vida?

Esse é um argumento que também ajuda a defender o envio de missões tripuladas a Marte — uma das bandeiras da Nasa no momento. O ex-astronauta John Grunsfeld, administrador associado do Diretório de Missões Científicas, também participou da coletiva e desta vez vestindo seu velho macacão de astronauta — ele é veterano de cinco voos com o ônibus espacial, com duas visitas ao Telescópio Espacial Hubble. “Hoje vesti meu macacão de astronauta para enfatizar que estamos de fato numa jornada a Marte.”

Grunsfeld destacou que os locais onde estão as ranhuras com água corrente são de difícil acesso para jipes robóticos. “Mas seria trivial para um astronauta num traje espacial alcançá-los”, completou.

No momento, a Nasa trabalha com um esboço de realizar as primeiras missões tripuladas ao planeta vermelho em meados da década de 2030. Mas é importante frisar que não há plano definido ou orçamento para isso. A agência espacial conta com a empolgação e o apoio do governo e do Congresso americanos para conseguir desenvolver esses planos.


Se vai rolar? Só o futuro dirá.

Mensageiro Sideral

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