Com dificuldades de caixa e um
nível elevado de endividamento, a Petrobras reajusta a partir desta
quarta-feira o preço da gasolina na refinaria em 6%. O preço do diesel subirá
4%. A alta na refinaria deve ser repassada ao consumidor, com impactos na
inflação deste e do próximo ano.
Com a disparada do dólar, os
preços dos dois combustíveis no Brasil passaram a ficar mais baixos do que no
mercado externo, mesmo num cenário de queda no preço do petróleo no mercado
internacional. Segundo fontes, o reajuste era considerado essencial para a
companhia no momento.
“Os preços da gasolina e do
diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos
federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”, informou o comunicado da
estatal.
IMPACTO NA INFLAÇÃO
O último reajuste feito pela
Petrobras foi anunciado em novembro de 2014, quando a gasolina subiu 3% e o
diesel teve aumento de 5%. Naquela época, o impacto na bomba para o consumidor
do Rio ficou em torno de 2% para a gasolina e de 3,5% para o diesel.
O consumidor já havia arcado
com um aumento de preços de combustíveis no início do ano, em razão do repasse
do aumento de impostos decretado pelo governo federal no dia 19 de janeiro.
Foram restabelecidos PIS/Cofins e a Cide para equilibrar as contas do governo.
Esta última é uma contribuição criada para financiar investimentos no setor de
transporte e tinha sido zerada em 2012 para evitar que o aumento no preço da
gasolina chegasse ao consumidor.
Na ocasião, os reajustes nos
postos do Rio variaram de 0,32% na Tijuca a 8,11% na Gávea, de acordo com
pesquisa de preços feita pelo GLOBO.
Em abril deste ano, o
presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, declarou em audiência na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que não previa aumento de combustível, ao
menos a curto prazo. Acrescentou ainda que, do ponto de vista do preço na
bomba, o preço da gasolina no país era justo, “preço de mercado”.
O aumento nos preços da
gasolina e do diesel deve pressionar ainda mais a inflação, que, de acordo com
analistas ouvidos pela pesquisa Focus, do Banco Central, deve encerrar este ano
com alta de 9,46%, bem acima do teto da meta fixada pelo governo, que é de 4,5%
com margem de tolerância de dois pontos percentuais. A previsão do mercado para
a inflação no próximo ano é de 5,87%.
Neste ano, a gasolina já subiu
9,65% para o consumidor, segundo dados do IBGE.
No início do mês, a Petrobras
já havia reajustado o valor do botijão de 13 quilos de uso residencial em 15%.
Na semana passada, a companhia aumentou os preços do gás para uso comercial e
industrial em 11%.
O Globo
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