O fenômeno climático El Niño,
que se caracteriza pelo aquecimento da temperatura das águas superficiais da
costa do Oceano Pacífico, deve levar ao aumento dos preços de alimentos in
natura, com desdobramentos sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA). A avaliação consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado
hoje (23) pelo Banco Central (BC).
O El Niño gera seca ou excesso
de chuva nos trópicos e zonas subtropicais. No Brasil, o fenômeno é associado
ao aumento das chuvas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. “O fenômeno causa alterações
no padrão de chuva das distintas regiões, exercendo impacto sobre a inflação,
seja pelo aumento de custos na produção de alimentos, seja pela redução nas
tarifas de energia elétrica em cenário de aumento do nível dos reservatórios”,
diz o relatório.
Segundo o BC, o impacto do El
Niño nos alimentos in natura deverá ser mais acentuado no início de 2016. O BC
estima que o impacto do aumento desses alimentos para a variação do IPCA em
2016 alcance 0,19 ponto percentual no primeiro trimestre, recuando para 0,13
ponto percentual até o fim do ano.
No caso das tarifas de
energia, a eventual troca de bandeira vermelha para amarela reduzirá a inflação
em 0,18 ponto percentual. Se houver troca de bandeira de vermelha para verde, a
redução na inflação será de 0,36 ponto percentual.
Ao unir os dois efeitos sobre
o IPCA – preços de alimentos in natura e da energia – o resultado tende a ser
neutro, mas, dependendo da evolução das tarifas de energia elétrica, pode ser
favorável à trajetória da inflação em 2016.
Agência Brasil
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