O Ministério Público do
Distrito Federal abriu investigação no fim da tarde desta terça-feira (27) para
apurar se o deputado distrital Robério Negreiros (PSDB) e o deputado federal
Felipe Maia (DEM-RN) cometeram nepotismo cruzado ao trabalhar com parentes
ligados um ao outro. A cunhada de Negreiros está lotada no gabinete de Maia, e
a do deputado do Rio Grande do Norte dá expediente no gabinete da liderança do
PSDB. Negreiros é o único deputado do partido na Câmara do DF.
O MP deu dez dias para que os
presidentes da Câmara dos Deputados e da Câmara Legislativa forneçam
explicações sobre a situação funcional das duas servidoras. A investigação será
conduzida pela 5ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público
(Prodep). Por envolver um deputado federal, o inquérito será em conjunto com o
Ministério Público Federal.
Entenda o caso
A mulher de Maia, Natália
Lagreca de Paiva Barbosa Maia, está lotada desde 12 de maio na liderança
tucana. Funcionária comissionada, ela tem salário bruto de R$ 6.761,26 por
mês.Já a cunhada de Negreiros, Mayra Bontempo dos Santos de Negreiros, trabalha
no gabinete do deputado Eduardo Maia desde 23 de junho do ano passado. De
acordo com a tabela que mostra os vencimentos de servidores da Câmara dos
Deputados, ela ganha R$ 6,47 mil de salário bruto pelo cargo de secretária
parlamentar.
Ao G1, Mayra negou ter sido
contratada por influência política. “Trabalho no gabinete do deputado Felipe
Maia há mais ou menos um ano. Deixei currículo em vários gabinetes, aí me
ligaram, fizeram entrevistas e entrei sem nenhuma indicação”, declarou a
funcionária, que cumpria expediente durante recesso legislativo.
Por telefone, Felipe Maia
declarou que Mayra é uma funcionária que “presta muito serviço” e que não há
vínculo entre ele e Robério Negreiros. Sobre a mulher, ele diz que ela foi
nomeada em 2015 para trabalhar com o deputado Wellington Luiz (PMDB) e que ela
foi “redistribuída” com um conjunto de funcionários no ano seguinte. A ideia de
nepotismo, segundo ele, é “forçação de barra”.
Ao G1, o distrital Robério
Negreiros negou cometer irregularidade e diz que o fato de a mulher de Maia
trabalhar na Câmara Legislativa é uma "coincidência". "A
servidora Natália não foi nomeada por ato direto ou indireto meu. Ela foi nomeada
no ano passado num bloco partidário denominado
Democrático-Trabalhista-Progressista, em que a autoridade requisitante do ano
era seu líder, o deputado Wellington Luiz, não havendo nenhum tipo de
ingerência da minha parte."
G1 DF
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