A seleção brasileira de
futebol é campeã olímpica dos Jogos Rio 2016. O ouro foi conquistado nos pênaltis,
após o empate tenso de 1 a 1 nos 120 minutos de duração da partida. O título
veio na quinta bola chutada por Neymar, após o goleiro Weverton ter defendido o
penalty cobrado pelo jogador alemão.
O Brasil abriu o placar com o
gol de Neymar, aos 26 minutos de jogo, em cobrança de falta. Em comemoração,
Neymar repetiu o gesto de imitar um raio do jamaicano tricampeão olímpico de
atletismo, Usain Bolt, presente no estádio. Bolt vibrou com o gol de Neymar.
Empate
Meyer, da Alemanha empatou,
aos 13 minutos do segundo tempo. O gol de ocorreu após uma falha da defesa
brasileira, numa bola rebatida. A partir daí as duas equipes fizeram um jogo
tenso com várias chances de gols perdidas pelas duas seleções.
História de uma conquista
Foram necessários 64 anos, mas
a seleção brasileira enfim chega ao ouro nos Jogos Olímpicos, numa conquista
que serve de redenção para uma geração de jogadores que, pelo menos, desde a
Copa do Mundo no Brasil, em 2014, vinha sendo apontada como desprovida de
grandes craques, assim como a responsável pelo rebaixamento da seleção
brasileira do papel de protagonista para o de coadjuvante no futebol mundial.
Quis também o destino que o
ouro fosse proporcionado por uma vitória sobre a Alemanha, país que derrotou o
Brasil por 7 x 1 na semifinal do Mundial de 2014, no Brasil. O feito de agora
passou longe de ser encarado pelos brasileiros como uma revanche para o fiasco
de dois anos atrás. Um dos motivos é o de a seleção olímpica alemã ter em seu
elenco somente um jogador que estava presente no Mundial, o zagueiro reserva
Mathias Gunter. Mas esse foi um ingrediente a mais para incrementar o sabor de
ganhar em casa um título há muito sonhado.
A perseguição ao ouro
olímpico, último grande título internacional que faltava ao Brasil no futebol,
ganhou contornos de obsessão nas últimas décadas, sentimento que acabou
catalisado nestes Jogos Olímpicos, pelo fato do elenco jogar em casa, na
primeira Olimpíada na América do Sul.
História começa em Helsinque
O Brasil estreou nos Jogos
Olímpicos em 1952, em Helsinki, quando ficou em quinto lugar, após uma derrota
nas quartas de final justamente para a Alemanha. Desde então foram conquistados
dois bronzes, em Atlanta (1996) e Pequim (2008). As pratas foram fruto de três
derrotas em finais: em Los Angeles para a França, em 1984; em Seul para a União
Soviética, em 1988; e em Londres para o México, em 2012.
Foram necessárias, portanto
quatro finais para que os jogadores brasileiros finalmente pendurassem o ouro
no pescoço, numa competição que ao longo dos anos ficou marcada pela zebra,
tendo como medalhistas no passado países sem nenhuma chance em Copas do Mundo,
como Bulgária, Suíça, Japão e Camarões.
O fenômeno se deve à restrição
imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela Federação Internacional
de Futebol (Fifa), que permitem a participação nos Jogos somente de atletas
abaixo dos 23 anos, com três exceções para cada país. A medida serve para
amenizar o protagonismo midiático do futebol sobre outros esportes e equilibrar
o torneio, ao contribuir para a ausência de grandes craques.
Uma dessas zebras foi a
marcante derrota dos brasileiros para a Nigéria na semifinal de 1996, em
Atlanta, quando a seleção era comandada por Zagalo e tinha os astros Bebeto,
Ronaldo e Rivaldo na dianteira. O Brasil marcou um gol de falta logo nos primeiros
dois minutos e terminou o primeiro tempo vencendo por 3 x 1. Mas a equipe
derreteu na segunda etapa, cedendo o empate no tempo regulamentar. Na
prorrogação, tomou o gol de ouro. Na disputa pelo bronze, o time se recuperou,
goleando Portugal por 5 x 0.
Agência Brasil
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