Greve nos bancos de Angicos em 2015. (Foto: Erick Souza/Blog do Carlos Costa) |
A greve dos bancários, que
entrou hoje (28) em seu 23º dia, já é a terceira mais longa desde 2004, quando
a paralisação chegou a 30 dias. Em 2013, a segunda maior do período, a greve
teve 24 dias. Ontem, após reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban),
o Comando Nacional dos Bancários disse que os representantes dos bancos
sinalizaram com um novo modelo de acordo, que passará a ter validade de dois
anos, em vez de um, como ocorreu nos últimos anos.
“O acordo de dois anos pode
ser uma boa alternativa, desde que traga ganho para os bancários”, disse
Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e
região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. Em nota, a
Fenaban disse que a negociação continuará hoje. Segundo os bancários, uma
reunião está marcada para as 15h.
Os trabalhadores reivindicam
reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%;
participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$
8.317,90; piso no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), e vales
alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor do salário mínimo nacional (R$
880). Também é pedido décimo quarto salário, fim das metas abusivas e do
assédio moral.
Atualmente, os bancários
recebem um piso de R$ 1.976,10 (R$ 2.669,45 no caso dos funcionários que
trabalham no caixa ou tesouraria). A regra básica da participação nos lucros e
resultados é 90% do salário acrescido de R$ 2.021,79 e parcela adicional de
2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, podendo
chegar a até R$ 4. 043,58. O auxílio-refeição é de R$ 29,64 por dia.
A proposta dos bancos,
apresentada no último dia 9, foi de um reajuste de 7% para os salários e
benefícios, somado a um abono de R$ 3.300 a ser pago em até dez dias após a
assinatura do acordo. O reajuste seria aplicado também no PLR.
“A proposta apresentada traduz
o esforço dos bancos por uma negociação rápida e equilibrada, capaz de atender
às demandas por correção salarial e outros itens da Convenção Coletiva, com um
modelo ajustado à atual conjuntura econômica”, disse em nota, na noite de
ontem, a Fenaban.
Um balanço feito no fim do dia
de ontem pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informa que
913 locais de trabalho, sendo dez centros administrativos e 903 agências
fecharam nesta terça-feira (27) na base do sindicato, com mais de 32 mil
trabalhadores aderindo à greve.
Agência Brasil
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