A diretoria do Atlético
Nacional solicitou à Conmebol que a Chapecoense seja considerada campeã da Copa
Sul-Americana. As duas equipes fariam nesta quarta-feira o primeiro duelo das
finais.
"Por estarmos muito
preocupados com a parte humana, pensamos no aspecto competitivo e queremos
publicar este comunicado onde o Atlético Nacional pede à Conmebol que o título
da Copa Sul-Americana seja entregue ao Chapecoense como homenagem à sua grande
perda e em homenagem póstuma às vítimas do acidente fatal que deixou o esporte
em luto. De nossa parte, e para sempre, Chapecoense: Campeão da Sul-Americana
de 2016", apresenta a nota do time colombiano.
O voo que transportava o
elenco da Chape rumo à Colômbia caiu a poucos quilômetros do aeroporto José
Maria Córdova. Até o momento, 76 pessoas morreram, segundo a polícia
colombiana, dentre eles 19 jogadores do time catarinense.
O elenco da Chapecoense viajou
a Colômbia para o jogo mais importante da história do clube. A equipe de
Chapecó havia eliminado nas semifinais o San Lorenzo, após empate heroico em
Santa Catarina e que teve o goleiro Danilo como grande destaque. Danilo foi uma
das vítimas fatais.
A decisão do Atlético Nacional
acontece em um período sublime do time colombiano. O Nacional é o atual campeão
da Libertadores, o primeiro título do clube na competição.
A cúpula da Conmebol
(Confederação Sul-Americana de Futebol) já discute confirmar a Chapecoense na
Libertadores de 2017, independentemente do que for decidido sobre a final da
Copa Sul-Americana. O avião que levava a delegação para o primeiro jogo da
decisão caiu próximo a Medellin, na Colômbia, e a maior parte dos ocupantes
morreu.
Os principais dirigentes da
entidade se dirigiam nesta terça (29) a Montevidéu, na capital uruguaia, onde
se reuniriam para uma reunião do Comitê Executivo.
Jogadores do Atlético Nacional
também são favoráveis
Os jogadores Gilberto García e
Borja, do Atlético Nacional, pediram nesta terça-feira que a Conmebol declare a
Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana depois do trágico acidente ocorrido
nas cercanias de Medellín. Os times se enfrentariam em território colombiano nesta
quarta-feira na decisão do torneio continental.
"Queremos que se declare
campeão a esta equipe (Chapecoense) e aí vamos ver o que acontece. A iniciativa
é nossa e do mundo de futebol. Espero que Conmebol tome essa decisão e queremos
apoiar aos familiares, dar apoio. É o que podemos fazer", disse o zagueiro
Gilberto García em entrevista a veículos locais.
García ainda falou sobre uma
conversa do técnico Reinaldo Rueda com o elenco da equipe campeã da
Libertadores. "O profe nos disse para valorizar muito nossa vida, que
fizéssemos uma reflexão, tomar como um aviso de Deus para seguir melhorando
cada vez mais. Vamos esperar a determinação que toma Conmebol", afirmou.
"Nesse momento estamos
lamentando muito. Reunimos com os jogadores, fizemos uma reflexão, pedimos
pelas famílias de todos os desaparecidos. Era um dia muito difícil para nós
todos também. Nos impactou. Eu vivo perto, há cinco minutos do aeroporto. É uma
região muito montanhosa. Esses dias teve muita neblina, muita chuva, mau
tempo", disse Rueda à Rádio Bradesco.
Craque do time, o atacante
Borja reforçou o discurso de que a taça deve ser dada para o time catarinense.
"Queremos dar o título
para a Chapecoense, mas sabemos que neste momento isso pouco importa",
declarou.
A Chapecoense chegou pela
primeira vez a uma final de competição de âmbito continental. Na semifinal, a
equipe catarinense eliminou o San Lorenzo-ARG após um empate por 1 a 1 fora de
casa e um 0 a 0 na Arena Condá.
Os colombianos, por sua vez,
passaram pelo Cerro Porteño-PAR após os mesmos resultados da outra semifinal. O
time da Colômbia sagrou-se campeão da Libertadores em julho passado, após bater
o Independiente del Valle-EQU.
UOL Esportes
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