Máquinas e contêineres para construção de muro chegam a
Alcaçuz
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De acordo com a assessoria de
comunicação da Secretaria de Saúde do estado, pelo menos 20 presos já foram
retirados de Alcaçuz desde ontem. A maioria foi resgatada na madrugada de hoje,
segundo a pasta. Foi solicitado que o hospital para onde todos foram
transferidos seja mantido em sigilo para evitar tentativas de resgate. O estado
de saúde do internos também não foi divulgado.
Outros três homens foram
retirados nesta tarde por meio de macas içadas pelo Corpo de Bombeiros. O
trabalho foi feito com a ajuda de cordas para ultrapassar os altos muros da
unidade, já que as forças policiais estaduais têm acesso livre somente à parte
de fora.
O secretário de Segurança
Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Caio César Marques Bezerra,
declarou à imprensa nesta noite que a guarda do presídio “está no perímetro
externo e nas guaritas”. “O choque e o Bope entraram ontem para definir uma
área de não confrontação e estamos mantendo esses limites”, informou. “Temos as
guaritas para fazer a proteção e o patrulhamento externo”.
Culto evangélico
Durante todo o dia, diversos
veículos da imprensa acompanharam a movimentação interna de Alcaçuz em cima de
uma duna próxima ao presídio, onde parentes também observam o interior da
unidade. Fotos de um culto evangélico com violão e sistema de som foram
divulgadas durante a manhã, além de imagens de presos falando ao celular e do
trabalho de transferência de detentos do local, durante a tarde.
A Secretaria de Justiça e
Cidadania (Sejuc) retiraria nesta tarde 17 presos de Alcaçuz - a maioria deles
teve a pena migrada do regime fechado para o semibaerto. No entanto, segundo a
pasta, cinco deles se negaram a sair. Os outros onze foram transferidos para
outra unidade prisional, para onde voltarão diariamente para dormir. O 17° saiu
pela “porta da frente”, de acordo com a imprensa local, pois recebeu um alvará
de soltura.
Mortos sem resgate
O secretário também confirmou
que existem detentos mortos dentro do presídio que ainda não foram retirados.
“Não foi possível ainda entrarmos com as equipes de perícia e Polícia Civil,
estamos preparando essas operações para o fim de semana, porque isso precisa da
investigação de campo, dos exames de campo para confirmar se há novas vítimas
fatias – e sabemos que há – e também os feridos que hoje se encontram”, disse.
Ele explicou que a Polícia
Militar não está fixa dentro da unidade porque a corporação só entra para
conter conflitos. O trabalho permanente deve ser feito por agentes
penitenciários. Em entrevista por telefone à Agência Brasil, o Procurador Geral
de Justiça do estado, Rinaldo Reis, informou que seis funcionários por turno
trabalham no local normalmente. A informação foi confirmada pela presidente do sindicato
da categoria, Vilma Batista.
Muro dividirá facções
Como medida emergencial para
evitar novos massacres em Alcaçuz, o governo estadual deve começar amanhã a
construir um muro entre os pavilhões para dividir as facções Primeiro Comando
da Capital (PCC) e Sindicato do Crime do RN. A previsão foi dada pelo
secretário Caio César.
De acordo com a assessoria de
comunicação da pasta, inicialmente serão instalados contêineres enquanto o muro
– que deverá ser de concreto – é levantado. Ainda não foi divulgada a previsão
de término da construção da estrutura. “É imprescindível que haja um obstáculo
resistente o suficiente para manter as facções separadas”, defendeu o
secretário.
Agência Brasil
Agência Brasil
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