Secretários Wallber Virgolino
e Caio Bezerra participaram de coletiva em Natal (Foto: Elias Medeiros/G1)
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O Governo do Rio Grande do
Norte identificou pelo menos seis líderes da rebelião na Penitenciária Estadual
de Alcaçuz que durou cerca de 14h e deixou mortos. De acordo com a Secretaria
de Justiça e Cidadania (Sejuc), o governo vai pedir a transferências dos
líderes para presídios federais. Outros detentos devem ser transferidos ainda
neste domingo (15) para outras unidades prisionais do estado.
O Itep montou uma 'operação de
guerra' para receber os corpos. Uma carreta frigorífica foi contratada para
armazenar os corpos e legistas do Ceará e da Paraíba vão auxiliar no processo
de identificação. De acordo com o Itep, o órgão está preparado para receber 100
ou mais corpos, se for o caso. No entanto, uma fonte do governo informou que
até a publicação desta matéria pelo menos 25 mortes foram confirmadas.
Oficialmente, o governo do RN diz que há 'mais de dez mortos'.
O titular da Sejuc, Walber
Virgolino, informou confirmou que os presos do pavilhão 5 invadiram o pavilhão.
"É impossível evitar mortes quando eles querem. O pavilhão 4 tinha entre
150 e 200 presos. Não sabe precisar quantos morreram", disse. Até a
publicação desta matéria, a polícia já havia entrado nos pavilhões 1, 2 e 3 e
se preparava para entrar nos pavilhões 4 e 5 onde a situação já estava
controlada.
Segundo ele, um trabalho de
contenção realizado por agentes penitenciários com o uso de bombas de efeito
moral evitou a entrada dos rebelados no pavilhão 1. "Em termos de número
de mortes essa é a maior rebelião da história do Rio Grande do Norte",
disse.
A Penitenciária de Alcaçuz,
segundo o governo, ficou parcialmente destruída e não há previsão para
reconstrução.
A rebelião na Penitenciária
Estadual de Alcaçuz acabou após 14h20. Os detentos, que se rebelaram às 17h
deste sábado (14) (horário local, 18h em Brasília), se renderam às 7h20 deste
domingo (15) após a Tropa de Choque da Polícia Militar entrar nos pavilhões.
Segundo a Secretaria de Segurança, não houve troca de tiros.
A rebelião começou com uma
briga entre presos dos pavilhões 4 e 5. Segundo o governo, a briga estava
restrita aos dois pavilhões. O pavilhão 5 é o presídio Rogério Coutinho
Madruga, que fica anexo a Alcaçuz. Há separação entre presos de facções
criminosas entre os dois presídios.
Um helicóptero da PM auxiliou na
operação, que envolve Choque, Bope e GOE (Grupo de Operações Especiais). Às
6h20, era possível ver fumaça negra nos pavilhões e ouvir bombas de efeito
moral do lado de fora da penitenciária.
Alcaçuz fica em Nísia
Floresta, cidade da Grande Natal, e é o maior presídio do estado. A
penitenciária possui capacidade para 620 detentos, mas abriga cerca de 1.150
presos, segundo a Sejuc, órgão responsável pelo sistema prisional do RN.
Enquanto os veículos entravam
no complexo penitenciário, pessoas que estavam na porta aplaudiam e vaiavam os
policiais. Há familiares de detentos, que ontem à noite tentaram furar o
bloqueio policial, sem sucesso. Eles dizem que presos que não estão envolvidos
na rixa entre as facções estão pedindo socorro. Com panos brancos, eles acenaram
e pediram paz.
Durante a madrugada, o
tenente-coronel Marcos Vinícius, que comanda o Bope, disse ao G1, por volta das
2h, que não houve negociação entre PM e presos. A madrugada foi tranquila, sem
tiros nem tumultos aparentes. O complexo ficou sem energia elétrica desde a
noite de ontem. Muitos tiros foram ouvidos e era possível ver muita fumaça do
lado de fora do presídio ontem.
Ontem à noite, o secretário
estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Wallber Virgolino, afirmou que a
determinação era retomar o controle do presídio. "A ordem já foi dada:
retomar o controle de Alcaçuz e evitar rebeliões em outras unidades",
afirmou Virgolino, que diz ter chamado todos os agentes penitenciários que
estavam de folga. O estado possui cerca de 800 agentes penitenciários.
G1RN
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