O domingo de carnaval (26) nos
reserva um dos mais bonitos e marcantes espetáculos celestes, um eclipse solar.
Ele acontece quando a Lua desfila entre o Sol e a Terra, bloqueando parcial ou
totalmente o disco solar. O fenômeno será visível na maior parte do território
nacional, de modo que, entre um esquindô e outro, vale a pena observá-lo. Mas
lembre-se de que olhar diretamente para o Sol é muito perigoso para os seus
olhos — pode até cegar. É preciso estar preparado.
O fenômeno se desenrola entre
9h40 e 13h40, aproximadamente, seguindo o horário de Brasília, mas cada
localidade tem um momento específico para o início, máximo e término. Só quem
estiver na região Norte do país não poderá vê-lo. Centro-Oeste, Sudeste, Sul e
parte do Nordeste verão a Lua se projetar parcialmente sobre o disco solar — e
quanto mais para baixo no mapa você estiver, maior será o percentual do Sol
bloqueado.
Contudo, apenas numa estreita
faixa do globo que se estende do extremo sul da América do Sul (passando por
Chile e Argentina) até o sul da África o eclipse será anular – ou seja, nesses
lugares, por alguns instantes, a Lua deixará visível apenas um anel do disco solar.
COMO OBSERVAR COM SEGURANÇA
Bem, se não se pode olhar
diretamente para o Sol, como fazer? A melhor solução é comprar uma proteção
apropriada para a vista. A Nasa, agência espacial americana, recomenda o uso de
vidros de máscara de solda No. 14, capazes de bloquear os raios nocivos do Sol
e permitir a passagem de uma quantidade confortável de luz que permita a
observação do fenômeno. Essas lâminas de vidro são encontradas facilmente em
casas de ferragens e custam baratinho: entre R$ 2 e R$ 3. Ou seja, não dói no
bolso. (Dê uma olhada no vídeo para ver como é o negócio.)
Os astrônomos não recomendam
improvisos nessa hora — tem gente que usa CD e chapas de raio-X usadas, mas
esses improvisos podem resultar no pior dos mundos. Por um lado eles de fato reduzem
o brilho solar, o que aumenta o conforto visual, mas por outro não bloqueiam os
raios infravermelhos nocivos que emanam da nossa estrela-mãe. Moral da
história: se olhar por tempo demais, você estraga sua vista e não tem nem noção
imediata disso, porque o estrago foi feito por luz que você nem podia enxergar.
Muito cuidado. (E nem pense chegar perto de qualquer instrumento óptico sem
filtros apropriados para observação solar. É cegueira certa.)
Se faltar o vidro da máscara
de solda, há alternativas “low tech”, como improvisar um sistema para projetar
a imagem do Sol num anteparo fazendo um furo com um alfinete numa caixa. É uma
popular má ideia tentar observar pela reflexão solar numa superfície de água —
você corre riscos similares aos de olhar diretamente.
E, claro, ninguém vai ver nada
se o tempo estiver nublado. Então é torcer para ter céu claro na manhã de
domingo.
Para a região de São Paulo, o
eclipse deve começar às 10h02, atingir seu máximo às 11h30 e terminar às 12h59.
Na capital paulista, cerca de 40% do disco solar será encoberto pela Lua.
Quanto mais ao sul, maior bloqueio. Em Porto Alegre (RS), ele será de 56%. Em
compensação, lá em cima do mapa, em Teresina (PI), só 1,4%.
O ideal, claro, é ver com os
próprios olhos. Mas, se não der pé, o Mensageiro Sideral transmitirá ao vivo
pela internet, com participação dos astrônomos Cristovão Jacques e Alcione
Caetano, a partir das 10h.
Outros dois grupos farão
transmissões ao vivo, os canais Astronomia ao Vivo (a partir das 9h15) e
Ciência e Astronomia (a partir das 8h30).
Mensageiro Sideral, UOL
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