Enceladus: Nasa afirma que lua
de Saturno tem elementos para abrigar vida (NASA/JPL-Caltech/Divulgação)
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A Nasa anunciou na tarde desta
quinta-feira que uma das luas de Saturno tem os elementos necessários para
abrigar vida. A lua em questão é a Enceladus, uma das 62 luas do planeta. Os
dados que servem como base para o estudo foram coletados pela sonda Cassini,
que explora Saturno e suas luas.
À primeira vista, Enceladus é
uma lua com superfície coberta de gelo. Novas evidências, no entanto, apontam
para a possibilidade de existência de mares líquidos no subterrâneo do planeta.
Os cientistas supõem que as forças gravitacionais de Saturno são fonte da
energia que mantém a água sob a superfície da lua em estado líquido.
A sonda Cassini, da Nasa,
capturou, de acordo com a agência espacial, evidências de que reações química
acontecem abaixo da superfície do planeta. A teoria dos cientistas é que isso
criaria um ambiente capaz de abrigar vida microscópica. “Isto é o mais próximo
que já estivemos, de longe, de identificar um lugar com ingredientes
necessários para um ambiente que pudesse ter vida, disse Thomas Zurbuchen, da
Nasa, em comunicado.
O estudo foi capaz de
encontrar evidências que jatos expeliam hidrogênio (na forma H2). Após estudar
(e descartar) diversas hipóteses, os cientistas encontraram a mais provável.
Eles acreditam que esse hidrogênio seja resultado da interação entre rochas
quentes e água sob a superfície congelada.
A grande questão é que esse
hidrogênio poderia servir como fonte de energia para formas de vida–assim como
acontece na Terra. Caso alguma forma de vida existisse na lua e consumisse esse
hidrogênio como “combustível”, seria necessário também ter moléculas de metano
no local. Como você talvez tenha deduzido, os cientistas também encontraram
moléculas de metano na Enceladus.
Cientistas da Nasa ficaram
animados com a possibilidade. “Essa será uma tremenda oportunidade de testes
nossas teorias e ver se existe alguma forma de vida por lá, afirmou James L.
Green, diretor de ciências planetárias da Nasa, de acordo com o New York Times.
Se por um lado essa observação
traz algum otimismo à possibilidade de se encontrar vida na lua, ela é, ao
mesmo tempo, uma evidência ruim. Cientistas consideram que a quantidade de
hidrogênio expelida é tão alta que sugere que não existe qualquer forma
biológica dentro da lua fazendo proveito desse elemento.
A sonda Cassini está entrando
em seus últimos meses de exploração da lua Cassini e de Saturno. Ela já passou
13 meses coletando dados do planeta e de seus satélites naturais. Em setembro,
a sonda entrará na atmosfera de Saturno e será o final de sua jornada.
Outro elemento encontrado pela
sonda foi dióxido de carbono. Os cientistas lembram que, aqui na Terra, o
hidrogênio e o dióxido de carbono são necessários para a realização da
metagênese, uma reação que sustenta micróbios que vivem em mares subterrâneos
sem luz.
“Agora, sabemos que não existe
apenas um ambiente quente e úmido–nós percebemos que existe também alimento
para essa vida”, disse Lewis Dartnell, astrobiólogo da Universidade de
Leicester, ao The Independent.
Na opinião dos pesquisadores,
essas novas evidências sugerem que uma missão para explorar a lua Enceladus
deveria ser realizada pela humanidade. O objetivo, não seria nem preciso dizer,
é buscar e confirmar a existência de eventuais formas de vida na lua.
Exame, Abril
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