O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 20, que, “se puder”, vai disputar o
Palácio do Planalto pela sexta vez em 2018. Ele disse, porém, que terá de
aguardar para a decisão. “Vamos esperar o tempo passar, para a gente saber quem
é que pode ser candidato, se eu posso ser candidato, se não posso ser
candidato”, afirmou, sem explicar o que poderia impedir sua candidatura.
Lula é réu em cinco ações na
Justiça e investigado na Operação Lava Jato. Se condenado e a decisão for confirmada
em segunda instância, o petista fica inelegível.
Em entrevista à rádio Fan FM
de Sergipe, Lula afirmou que será candidato “para ganhar, não para perder”. “Já
perdi a cota de eleições que tinha para perder”, disse, referindo-se às
eleições de 1989, 1994 e 1998. “Depois, eu aprendi a ganhar”, afirmou o
ex-presidente, eleito em 2002 e reeleito em 2006. “Se puder, serei candidato”,
enfatizou o petista.
Lula também foi questionado
sobre uma eventual “chapa nordestina” para as eleições presidenciais ao lado de
Ciro Gomes (PDT-CE) “É muito difícil dizer isso. Pelo que tenho visto na
imprensa, o companheiro Ciro Gomes é candidato a presidente também”, afirmou.
“Ainda vai se apresentar muita gente”, completou.
Sobre as duas pesquisas
eleitorais divulgadas nesta semana, do Ibope e do Vox Populi/CUT, que afirmaram
que Lula é o presidenciável com maior intenção de votos, o petista preferiu não
comentar. “É muito cedo para a gente falar de pesquisa, ainda faltam
praticamente dois anos para as eleições. Eu não gosto de comentar pesquisa”,
disse. “Estou convencido de que, se eu for convidado, tenho condições de ganhar
as eleições porque eu sei como cuidar das pessoas mais humildes de regiões
diferenciais. Não é teoria não, é prática.”
Citado nas delações da Odebrecht,
o ex-presidente não quis comentar as acusações e afirmou que prefere falar ao
juiz Sérgio Moro no próximo dia 3, quando tem um depoimento marcado em
Curitiba. “O que eu tiver que falar e o que eu penso, vou falar no dia 3. Não
tenho que provar minha inocência, eles que vão ter que provar minha culpa”,
disse Lula. “Eu duvido que encontrem 50 centavos meus em algum lugar do mundo.
Podem continuar investigado.”
Na entrevista, o petista
também fez críticas às reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo
governo de Michel Temer (PMDB) e que tramitam no Congresso Nacional.
Estadão Conteúdo
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