Necrotério do Instituto
Técnico-Científico de Perícia do RN (Itep) (Foto: Caroline Holder/ G1)
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A violência segue desenfreada
e batendo recordes negativos no Rio Grande do Norte. Neste domingo (14), com o
assassinato de um casal em São José do Campestre, cidade distante 100
quilômetros de Natal, o estado alcançou a marca de 900 homicídios registrados
somente este ano. A média é de 6,7 assassinatos por dia. Os dados são do Observatório
da Violência Letal Intencional (OBVIO) – instituto que contabiliza e analisa os
crimes contra a vida no RN.
Além de homicídios dolosos,
entram na estatística elaborada pelo OBVIO outros crimes violentos que resultem
em morte, como roubo (no latrocínio), estupro ou lesão corporal seguidos de
morte. Cadáveres e ossadas encontradas e mortos em confrontos policiais também
são considerados.
Especialista em segurança
pública e coordenador do OBVIO, Ivênio Hermes afirma que "nunca se matou
tanto no Rio Grande do Norte". Ano passado, entre 1º de janeiro e 14 de
maio, o instituto havia contabilizado 702 homicídios. "Agora, com a marca
de 900 neste mesmo período, temos um crescimento no número de assassinatos na
ordem de 28,21%. Isso significa uma taxa de 22,66 mortes para cada grupo de 100
mil habitantes, uma das mais altas do país", acrescentou.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS) – é considerada aceitável uma taxa de 10 homicídios para
cada grupo de 100 mil habitantes – mesma escala utilizada pela Organização das
Nações Unidas, a ONU.
“As políticas públicas de
enfrentamento da violência, mais uma vez, se mostram ineficazes. Ações
isoladas, com pouco respaldo em uma integração entre as agências de polícia e
suas inteligências, notoriamente não reduzem a violência homicida e continuamos
mantendo a média de 100 vidas perdidas a cada 15 dias”, comentou Ivênio.
G1RN
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