A bancada do PMDB no Senado se
reunirá nesta nesta terça-feira (30) para decidir se Renan Calheiros (AL)
seguirá no posto de líder da legenda.
Escolhido para a função no
início do ano, Renan passou a ser criticado internamente por colegas após
adotar postura contrária às reformas trabalhista e da Previdência Social
propostas pelo governo do presidente Michel Temer.
A bancada do PMDB no Senado é
a maior da Casa, composta por 22 parlamentares, e tem o poder de indicar, por
exemplo, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais
importantes.
Ao G1, um senador que defende
a saída de Renan da liderança disse que pelo menos 14 parlamentares também
querem a destituição. Já um aliado do atual líder afirmou que, ao final, o
encontro desta terça servirá para "afinar discursos", não para tirar
Renan Calheiros do posto.
Renan passou o fim de semana
em Brasília e fez diversas ligações a senadores para pedir apoio.
Nos bastidores, senadores do
partido dizem que, se Renan for destituído, dois parlamentares estão cotados
para assumir a função: Raimundo Lira (PB) e Waldemir Moka (MS).
Cabe ao líder defender os
interesses da legenda na Casa; garantir votos a favor ou contra projetos; e
garantir a presença dos parlamentares nas sessões do plenário. O líder também
indica parlamentares para as comissões temáticas e tem direito a formar uma
equipe com cerca de 30 de servidores comissionados.
Bate-boca
Na semana passada, a
insatisfação de alguns parlamentares da legenda com o líder do partido ficou
explícita durante uma sessão do plenário. Waldemir Moka (PMDB-MS) e Renan
Calheiros bateram-boca após o senador alagoano dizer que Moka era
"puxa-saco" do governo Temer.
Moka, então, respondeu e disse
a Renan que o senador "há muito tempo" não fala como líder da
bancada.
Pouco antes, Renan chegou a
dizer que o PMDB não pode ser um "departamento" de Temer, o que
contrariou o senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB e líder do governo no
Senado.
O bate-boca entre Renan e
Waldemir Moka aconteceu no mesmo dia em que o presidente Michel Temer recebeu
17 senadores do PMDB no Palácio do Planalto e não convidou Renan.
O que diz Renan
Em entrevista a jornalistas
nesta segunda (28), Renan disse que não teme ser destituído da liderança.
"A essa altura da minha
vida, o que eu posso temer? Não temo nada. A bancada é muito importante. Todos
têm comigo o melhor relacionamento, mas amanhã [terça, 29] é um dia importante
para que a bancada diga que país ela pensa que pode ajudar a construir",
disse.
Na semana passada, ele já
havia dito que não deixará ninguém "botar canga" nele, uma expressão
nordestina que tem como sinônimo "dominar".
G1
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