Oito amostras retiradas de
corpos de detentos mortos no massacre de Alcaçuz – o mais violento da história
do sistema prisional potiguar – estão sendo analisadas em Salvador. O material
foi enviado no dia 18 deste mês e deve retornar a Natal no dia 8 de julho, já
com o resultado dos exames. A polícia técnica do Rio Grande do Norte não possui
laboratório para exames de DNA, por isso os testes são feitos com a ajuda do
Instituto de Medicina Legal (IML) da Bahia.
A matança em Alcaçuz aconteceu
em janeiro, durante confrontos envolvendo duas facções criminosas. Pelo menos
26 presos foram mortos. Destes, quinze tiveram as cabeças arrancadas, outros
foram esquartejados e três foram encontrados completamente carbonizados.
Alcaçuz é a maior penitenciária do RN. Fica em Nísia Floresta, na região
Metropolitana da capital do estado.
Amostras
O Instituto Técnico-Científico
de Perícia (Itep) confirmou ao G1 que estão sendo feitos testes de DNA em três
amostras de corpos carbonizados e cinco de partes anatômicas.
As amostras dos corpos
carbonizados são para identificação humana, ou seja, para se determinar quem
são as vítimas. Para essa confirmação, os peritos Elias Guilherme Lima e
Fabrício Fernandes de Sá fazem uma comparação de traços genéticos com o
material recolhido dos possíveis parentes dos mortos. Contudo, o resultado pode
não ser conclusivo. “Vai depender da qualidade do material recolhido das
vítimas. Como os corpos estão completamente carbonizados, pode ser que as
amostras estejam comprometidas”, ressaltou o diretor-geral Marcos Brandão.
Quanto às outras cinco
amostras, que foram retiradas de partes de corpos, Brandão acrescentou que os
exames devem atestar se pertencem aos cadáveres já identificados e liberados
para sepultamento ou se, consequentemente, pertencem a corpos não encontrados –
o que pode fazer aumentar a quantidade de vítimas do massacre. Oficialmente,
até o momento, o governo do estado mantém o número oficial de 26 mortos.
Além das oito amostras de
corpos do massacre, o Itep também mandou para o laboratório da polícia técnica
da Bahia duas amostras para confirmação de paternidade em casos de crimes de
estupro.
Corpos sem identificação
Dos 26 corpos recolhidos pelo
Itep em Alcaçuz, quatro ainda não foram identificados. São os três encontrados carbonizados
e um quarto que não foi identificado pela falta de familiares para o devido
reconhecimento. Como não há parentes para uma comparação de amostras de DNA,
ele foi enterrado como indigente após ter o material genético recolhido.
Ao todo, segundo o próprio
Itep, 12 cabeças e outros membros ainda aguardam exames de DNA. Sem a devida
comprovação genética, as partes não podem ser entregues para sepultamento.
G1RN
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