A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado iniciou na manhã desta quarta-feira (28) a sessão para votar o parecer do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a reforma trabalhista. O parecer de Jucá é favorável ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, que é defendido pelo Palácio do Planalto.
A votação é um teste para a base do governo Michel Temer. É a primeira vez que uma proposta imporante de interesse do presidente será analisada desde que ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República.
A CCJ é a terceira comissão no Senado pela qual passa o texto da reforma. Na Comissão de Assuntos Econômicos o parecer, favorável ao texto da Câmara, foi aprovado. Na Comissão de Assuntos Sociais, no entanto, o texto foi rejeitado, o que representou uma derrota para o governo.
Independentemente do resultado nas comissões, a análise final da reforma trabalhista será feita no plenário do Senador, que vai decidir se envia ou não o texto para sanção do presidente Michel Temer.
Na primeira etapa da sessão da CCJ, Jucá afirmou que era contrário a todas as emendas (sugestões de alteração) ao seu relatório. Mais de 200 foram apresentadas.
Depois dessa etapa, iniciou-se a leitura dos chamados votos em separados, que são versões alternativas de relatório propostas por senadores contrários ao parecer de Jucá. São seis votos em separado. A previsão inicial é de que essa parte vá até as 16h.
Em seguida, será feita a discussão do relatório de Jucá. Deverá ser apresentado um requerimento de encerramento de discussão após a fala de quatro senadores. Então, será realizada a votação.
Na abertura dos trabalhos da CCJ, senadores da oposição pediram para que a análise do parecer fosse adiada.
Eles argumentam que o agravamento da crise política, com a denúncia apresentada contra Temer, inviabilizam a análise da reforma neste momento.
Os oposicionistas também criticam o fato de o Senado, em atendimento ao desejo de governistas, não alterar o projeto. Isso evita um retorno da proposta à Câmara e acelera o processo para as novas regras virarem lei.
Senadores favoráveis à reforma, por outro lado, dizem que há um acordo com Temer para modificar pontos controversos do projeto por meio de vetos e medida provisória.
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) disse ser melhor evitar a volta da proposta para a Câmara porque, na visão dela, isso pode fazer com que a versão dos deputados prevaleça. Ela também defendeu rapidez na aprovação da proposta para que a crise econômica e o desemprego sejam diminuídos.
G1
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