Além de um programa voltado
para área de empreendedorismo social, o Sebrae no Rio Grande do Norte está
estimulando a disseminação desse novo conceito de fazer negócios nas
universidades
Estruturar um negócio que não
tem o lucro financeiro como principal objetivo, mas, principalmente, resolver
problemas sociais com a venda de determinado serviço ou produto para melhorar a
qualidade de vida de uma comunidade. O chamado empreendedorismo social é uma
nova visão de fazer negócios e o Sebrae está incentivando esse jeito de
empreender também no Rio Grande do Norte. A instituição já mantém um projeto de
Desenvolvimento de Negócios de Impacto Social e agora está inserindo esse conceito
também na academia, através do Programa de Educação Empreendedora, para obter
iniciativas práticas de empreendedorismo social. Dez instituições de nível
superior do estado já estão com projetos de extensão nessa área.
A implantação foi possível com
a abertura de um edital voltado para universidades, faculdades, centros
universitários ou institutos federais aderirem ao projeto de extensão em
“Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto Social e a Maratona de Inovação
e Empreendedorismo”. Pelas regras do edital, as universidades teriam de
apresentar um projeto básico sobre atuação em empreendedorismo social ou
negócios de impacto social.
O Sebrae ficou encarregado de
capacitar os professores que repassarão a metodologia a um grupo de alunos, do
qual serão escolhidos dez estudantes de cada instituição para participar da
Maratona de Negócios de Impacto Social – Universitária, prevista para ocorrer
durante a Festa do Boi, entre os dias 7 e 10 de outubro. O projeto tem duração
entre cinco e seis meses. Ao final, os acadêmicos terão como missão desenvolver
e implementar uma ideia de negócio de impacto social, surgindo assim novas
inciativas para beneficiar as comunidades onde estão instaladas as
universidades.
O projeto de extensão sobre
Empreendedorismo e Negócios de Impacto Social visa o fortalecimento deste
ecossistema a partir de um olhar prático e um aprendizado inovador. A ideia é
incentivar uma educação que promova uma intervenção na sociedade, por meio do
aprendizado empreendedor e do despertar protagonista, que levam ao desejo de
transformar o mundo, a partir de desafios sociais de uma determinada
localidade. “Esse já é um tema presente no meio acadêmico, mas essa metodologia
alia conhecimento teórico à prática, já que os jovens terão de levar transformação
às comunidades”, explica Everton Lucena, que coordena a Maratona de Inovação e
Empreendedorismo.
O diretor técnico do
Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti, também destaca a importância da ponte com a
academia. “Trazer as universidades para trabalhar conosco é uma forma de
disseminar a cultura empreendedora e negócios com uma visão social e inclusiva.
A academia pode agregar soluções para beneficiar grupos que estão à margem
daquilo tudo que tem sido feito. É uma espécie de pesquisa aplicada”.
Seleção
Dez instituições foram
selecionadas no edital, em junho: Unifacex (Natal), Faculdade do Seridó
(Currais Novos), Unopar (Santa Cruz), IFRN (Assu- Macau), IFRN (Caicó), UERN
(Mossoró), Ufersa (Pau dos Ferros), Ufersa (Apodi- Caraúbas), Universidade
Potiguar (Natal) e Faculdade Católica Santa Terezinha (Caicó). Professores
dessas instituições foram capacitados pelo consultor Thiago Chaves, que
desenvolveu a metodologia do projeto. Catarinense, ele é autor do livro Guia
Prático para Negócios de Impacto Social.
“Acredito que no Brasil há um
grande campo para os negócios de impacto social porque eles vão ao encontro de
desenvolver e trazer soluções para as demandas sociais que temos no país. Ainda
estamos numa fase inicial, pois faltam mais atores para termos um crescimento
desses negócios no país. O Sebrae está despontando com um grande ator dentro
desse ecossistema”, diz Thiago Chaves, revelando que o Rio Grande do Norte é o
segundo estado brasileiro a adotar essa metodologia depois de Minas Gerais.
Para o consultor, o projeto é
positivo para o estado. “Além dos negócios que podem surgir diretamente dessa
iniciativa, acredito que há um pontencial nesse ganha-ganha entre Sebrae,
universidades e comunidade, no sentido de se ter um maior entendimento do que é
negócios de impacto social, desenvolvimento territorial e sustentabilidade. E a
própria comunidade se sentir mais empoderada, já que os alunos não vão lá fazer
para eles, vão fazer com eles”.
Negócios sociais
O conceito de negócios sociais
surgiu ainda nos anos 70 com um economista de Bangladesh ganhador do Prêmio
Nobel, Muhammad Yunus. Ele criou um banco de microcrédito cujos clientes eram
os mais pobres e necessitados.
A instituição cresceu,
transformou a vida dos clientes e inspirou pessoas e negócios mundo afora. A
motivação para o desenvolvimento de negócios sociais não é o lucro e sim a
solução dos desafios sociais que os modelos ainda vigentes não conseguiram
sanar.
Cerca de 3,5 bilhões de
pessoas no mundo ainda vivem com menos de US$ 2,5 por dia. Criar soluções para
a pobreza e desenvolver produtos e serviços que melhore a vida de quem está
nessa faixa econômica, por exemplo, utilizando inovação e mecanismos de
mercado, são o core business do empreendedorismo social.
“Com essa ação, estamos
levando um tema que já está sendo tratado entre os empresários hoje também para
os potenciais empreendedores, que são esses jovens universitários”.
Serviço:
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Call Center: 0800 570 0800
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